domingo, 21 de setembro de 2008

O pior sertão dos últimos 30 anos é revelado em reportagem especial

NORTE DE MINAS E VALE DO JEQUITINHONHA - A seca que assola o Norte de Minas levou tudo o que dona Maria Ferreira Neves, 71 anos, tinha na vida. Por causa dela e das agruras pelas quais passou com os nove filhos e o marido, a senhora baixinha e de andar arrastado terminou abandonada e doente, numa casa pequena e isolada, de adobe e paus, em Catuti. «É triste demais a nossa sina», repete sempre, com os olhos vermelhos e encharcados. Sem ninguém na vida, e agora que a saúde também a abandonou, a senhora melancólica não consegue mais enfrentar a estiagem e plantar seus mantimentos. A renda da aposentadoria, R$ 400, mal dava para os medicamentos e agora tem de ser usada para comprar alimentos.Cansados de trabalhar a terra em vão, já que a plantação não vinga e o gado, sem pastos, emagrece e morre, os sertanejos intensificaram o êxodo rural. Deixaram para trás povoados fantasmas e ruínas invadidas pelo mato ressequido ou habitados por idosos renitentes. Quem resiste praticamente depende da água dos caminhões-pipa para beber. Mas há quem ainda precisa caminhar horas sob o sol escaldante e o solo rachado para matar sua sede. Como a família de Maria Antunes da Silva, 47 anos, que vive na comunidade do Baixão, em Monte Azul, extremo norte do Estado. As histórias destas duas mulheres são a expressão do sofrimento daquela gente, que têm sua situação apenas amenizada pelas políticas emergenciais. A situação delas é o avesso do que vivem famílias na Região Metropolitana de Belo Horizonte, às voltas com as estragos das chuvas dos últimos dias.Das vilas pobres, povoados afastados e dispersos do Vale do Jequitinhonha, à sequidão semi-árida do Norte de Minas, a reportagem do HOJE EM DIA percorreu 19 municípios destas regiões para mostrar os dramas e estragos da seca deste ano, a pior em 30 anos. As cidades estão entre as 99 que decretaram situação de emergência por causa da estiagem, à Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec). Desde o dia 27 de abril não cai uma só gota de chuva em toda a Região Norte. Há localidades onde isso não ocorre desde março. As informações são do 5º Distrito de Meteorologia. No Jequitinhonha, houve precipitação em algumas áreas, em junho, mas a miséria do Vale prejudica as famílias que vivem afastadas, em rincões de difícil acesso onde os rios se tornaram caminhos de pó e pedras.Entre junho, julho e agosto, a média pluviométrica dos últimos 30 anos é 15,8 milímetros em Espinosa, no Norte de Minas, fronteira com a Bahia. O índice deste ano é zero. O mesmo foi registrado pelos meteorologistas do centro de Januária, que não apresentou precipitação, apesar de a razão histórica ser de 11,6 milímetros. Para se ter idéia do que isso significa, uma chuva considerada minimamente expressiva pelo distrito, deve alcançar 5 milímetros, pois só assim é capaz de durar acima de 30 minutos e ainda causar pequenas alterações ao clima. O calor e o ar seco também castigam. Em Mocambinho, entre o Rio São Francisco e os intrincados canais de irrigação do Projeto Jaíba, a umidade ficou abaixo de 20%.As paisagens são parecidas. Nos centros urbanos, ao lado dos trios elétricos e dos comícios eleitoreiros, caminhões-pipa se movimentam pelas ruas na direção da zona rural. Em Monte Azul, cidade de 23 mil habitantes, os nove veículos-tanque do Exército, que são orientados pela prefeitura, chegam a percorrer, cada um deles, até 90 quilômetros diários, no esforço de atender à população. A distância compreende a captação, na vizinha Espinosa, a 30 quilômetros, e a distribuição pela zona rural. Cada membro de uma família recebe apenas 20 litros de água.Ainda assim, há quem fique sem o fornecimento de água potável, tendo de cobrir longas distâncias a pé para conseguir o que beber. Latão de ordenha com capacidade para 10 litros na cabeça, Maria Antunes da Silva faz até cinco viagens diárias, de uma hora cada, para conseguir levar água fresca para sua casa. É assim que os moradores do povoado de Baixão, um agreste a 22 quilômetros de Monte Azul, de acesso tão difícil que nem caminhão-pipa consegue chegar, matam sua sede.Atrás dela, seguem os filhos e netos, cada qual com um tipo de recipiente sobre a cabeça. Sobem e descem as estradas de terra e poeira sob o sol forte. Até a menorzinha, de apenas 4 anos, dá sua colaboração e carrega sobre a cabeça uma garrafa pet 2 litros. «A gente começa cedo porque o calor é menos forte. Fora essa, a água que temos mais próxima é a de um poço artesiano. Só que é muito salobra e não dá para gente beber‘, afirma a sertaneja, que vive em sua casa com o esposo e dois filhos, mas tem sua casa rodeada pelas dos outros filhos e netos.A repetitiva caminhada diária pela sobrevivência leva a família até uma fazenda que fica a 3 quilômetros dali. A dona da propriedade deixa que os habitantes do Baixão se abasteçam numa torneira que ligou a uma bica que mina água da serra. «É de favor, mas é o que nós conseguimos. Porque se dependesse dos caminhões-pipa, não sei como é que nós íamos fazer», desabafa.

Casas abandonadas e rios secos.

Casas abandonadas já são comuns nas áridas zonas rurais do Norte de Minas. No caminho de poeira, arranha-gatos e Cerrado seco para a comunidade de Gato, a 20 quilômetros do Centro de Monte Azul, elas se estendem por espigões de mato amarelo e pastagens quebradiças. São casas simples, de janelas dependuradas, telhados desabados, invadidas pela vegetação rasteira, insetos e lagartos cinzentos. Os fornos de barro do lado de fora se tornaram morada de morcegos e pássaros. O silêncio absoluto só é quebrado pelo vento que sopra o calor e o canto aflito das siriemas. «Essa gente aí que se foi não volta mais nunca», sentencia o assistente de gabinete daquela prefeitura, Paulo Custódio Neto, acostumado a ver grandes emigrações para São Paulo, Montes Claros e Belo Horizonte.Em volta das casas desoladas, os dejetos das vacas mostram que as construções são sombras apreciadas pela criação, que pasta um mato quebradiço e lenhoso. Cochos vazios e desolados ficam escondidos pelo mato típico do Cerrado e os cactos que conseguem passar sem água. Há três meses, um lago com 5 metros de profundidade, e um córrego que o abastecia, secaram completamente. «Era um dos principais pontos para o gado pastar e beber água. Agora, os fazendeiros têm de levar as criações para pastos distantes», afirma Paulo. O fundo da lagoa é marcado pelas pegadas ressecadas do gado, que buscou beber ali até a última gota barrenta. No leito de pedra, terra e pó, só teias de aranha proliferam.O gado da região está magro. Rebanhos inteiros mastigam com insistência braquiara da textura de gravetos, que quebra só de caminhar por cima. Estufando o seu couro, os ossos das costelas e ancas das reses já estão aparentes. Segundo a Emater, a cidade onde mais cabeças de gado morreram em Minas foi Mirabela, que perdeu 1.800 cabeças. Não há ainda um relatório com todas as perdas deste ano ou do último.A solução para muitos é tocar o rebanho fraco e debilitado por quilômetros adiante, até pastagens alugadas. Como não dispõem de dinheiro, o bem cobrado aos criadores é parte da própria boiada. «É uma matemática perversa. O dono dos bois fica sem pasto por causa da seca e dá dois deles para pastar por um mês. Se não chover, dá mais dois, até perder tanto, que é preferível se desfazer de tudo», conta Paulo Custódio, da Prefeitura de Monte Azul.Como o esposo e os dois filhos trabalham nas roças de outros estados, restou a Maria Antunes da Silva, 47 anos, pastorar a boiada por mais de 2 quilômetros, até um campo de braquiara alugada. Com um pano enrolado sobre a cabeça e o rosto, para se proteger do sol forte e da poeira, a mulher diariamente toca o gado da família com um pau na mão. «A seca está tão brava, que quando chamo os bois para pastar e beber água, depois do almoço, eles vêm sozinhos para a porteira, antes mesmo de eu abrir», conta.

Êxodo e decepção no Pé do Morro, em Catuti

Um a um, o marido e os nove filhos da dona Maria Ferreira Neves, 71 anos, deixaram Catuti, no Norte de Minas, em busca de emprego e recursos para não depender sempre daquilo que produziam na terra com custo, já que a seca levava quase tudo. Ela terminou sozinha, na casa de adobe e reboco azul, no fundo do vale do povoado de Pé do Morro, a 18 quilômetros de Catuti. Ela esperava que algum deles ainda estivesse por lá. Mas nem mesmo o marido suportou a seca. Saíram em busca de melhores condições, mas terminaram com uma história mais triste do que a outra.«Meu marido me deixou há 20 anos. Foi para Sete Lagoas trabalhar e nunca mais voltou. Arranjou família nova, mas morreu da doença de Chagas que pegou aqui na roça», lembra. Dois outros filhos dela se mudaram para Campinas (SP) e vivem em vilas pobres. Não têm recursos para regressar ao Norte de Minas e visitar sua velha mãe doente. Um outro também desenvolveu Chagas e precisa usar marca-passo. «Tem um outro, meu mais novo, que também saiu daqui para arranjar um jeito na vida. Ia trabalhar braçal, de pedreiro ou outra coisa. Só que entrou foi numa cachaça braba e adoeceu. Esse se perdeu na vida», desabafa.O caminhão-pipa que enche sua cisterna e os R$ 400 da aposentadoria são o que lhe permite tocar a vida, sozinha na pequena casa. «Até há uns 2 anos, ainda plantava umas ruas de feijão, milho, mandioca. Lutava contra a seca para não deixar perder tudo», recorda. Porém, daquele tempo para cá, a saúde da senhora a abandonou e a fome começou a ser um drama real. «Não consigo mais plantar nada. O que ganho de aposentadoria mal dá para comprar os remédios para pressão, inchação e tonturas», lamenta a solitária senhora, que nada responde quando indagada sobre seu futuro. «Todo mundo foi embora e eu fiquei. Ninguém me ajuda. Nessa vida, sobrou eu e Deus», conforma-se.As famílias remanescentes sabem que suas tarefas são duras, mas contam com a união. Melhor para a dona Maria Fernandes Ribeiro de Araújo, 56 anos, que vive na lida do Cerrado com apoio do marido e de um dos filhos, Adão Alves de Araújo, 30 anos. Também moradores de Catuti, eles bebem da água que lhes é servida por um caminhão-pipa. Os cochos do gado usam o líquido calcário que é extraído com um velho balde, do fundo de um poço artesiano. «Depois, a gente leva ela na cabeça para dar aos porcos, galinhas, pavões. Foi muita luta até chegarmos nisso. O gado morria de sede. Era uma tristeza. Mas, hoje, a vida está um pouco melhor», compara. Do lado oriental das cadeias rochosas da Serra do Espinhaço, o Vale do Jequitinhonha também sofre com a estiagem. Longas extensões de zonas rurais estão secas, principalmente em Berilo, Minas Novas, Araçuaí e Francisco Badaró. Técnicos da Emater nas localidades informam que o plantio de setembro está sendo adiado até novembro ou dezembro. Nestas cidades, o abastecimento por caminhões-pipa, na zona rural, segue ininterrupto, desde 2007.Mais de 30 rios e córregos importantes, entre Carbonita e Araçuaí, estão completamente vazios, com os leitos pedregosos expostos. Fartos dos prejuízos com o gado que morreu de sede, em 2007, fazendeiros desfazem de suas terras. Na propriedade em que trabalha, há 14 anos, em Carbonita, Maria de Lourdes Cruz de Oliveira, 53 anos, conta que morreram tantas cabeças, que o dono vendeu toda criação, de cerca de 300 animais. Agora, ele pôs a venda toda fazenda. Dos bois, só restaram pêlos no arame farpado próximo a uma barragem ressecada.A estiagem ainda propaga incêndios na região. Debaixo de uma coluna de fumaça negra que despejava fuligem sobre sua casa, em Rubelita, também no Jequitinhonha, o senhor Nelson de Oliveira Santos, 49 anos, pai de nove filhos pequenos, observava o Cerrado arder, impotente. «Não dá mais para eu trabalhar de bóia-fria no Sul. Já estou cansado. O córrego que passava atrás da minha casa cortou (secou) há muitos meses e as plantações aqui não renderam nem um prato de milho. Não fosse a água dos caminhões-pipa, já tinha ido embora. Agora, vem este fogo ai para cima da gente», desabafou

Não deixem o samba morrer

Silvana Miranda
Repórter

Sambistas, carnavalescos e artistas de Belo Horizonte apostam na importância histórica e social do Carnaval para tentar trazer de volta o glamour dos desfiles dos anos 70 e 80. Na capital mineira, a Festa de Momo está em crise, que teve como expoente o despejo de uma tradicional escola, a Cidade Jardim, de sua sede, no mês passado, pela prefeitura. Sem ter onde ensaiar, produzir e montar seus adereços, a escola pode ficar de fora do desfile de 2008, pela primeira vez em seus 47 anos de história.«O Carnaval tem um benefício social importante para as comunidades carentes. Tem o poder de elevar a auto-estima da lavadeira que, por um dia, torna-se destaque na ala das baianas, ou do pedreiro, que apresenta-se na responsabilidade de um mestre-sala e está sendo visto por milhares de pessoas», defende o artista plástico Décio Novielo, que atua como carnavalesco da Cidade Jardim, desde 1973.Assim como suas concorrentes, o Grêmio Recreativo e Escola de Samba Cidade Jardim quer poder reviver na avenida seus anos de glória, iniciados dois anos após sua criação, com o primeiro campeonato de 63, que seguiu-se de outros dez consecutivos, ainda um recorde nacional. Quer também ver o Carnaval de BH retornar aos anos dourados da década de 80. Época em que arquibancadas e camarotes ficavam lotados na Avenida Afonso Pena, com ingressos esgotados um mês antes, e o público presenciava a disputa entre a Cidade Jardim, Inconfidência Mineira, Unidos Guarani e a recém-criada Canto da Alvorada, que revezaram-se no primeiro lugar ao longo dos anos.No samba-enredo e na passarela, os integrantes de cada escola, muitas com sambistas e passistas do Rio de Janeiro como convidados, davam de tudo para fazer o melhor desfile e também ganhar os destaques individuais, reconhecidos pelos prêmios Tamborim de Ouro e Cidadão-Samba. Era uma época em que os desfiles das escolas de samba de Belo Horizonte apareciam em destaque por várias páginas das revistas e transmissão ao vivo pela TV, com direito a muitos minutos nos telejornais nacionais, tamanha a beleza e grandiosidade da festa, que elevou Belo Horizonte ao segundo posto no país, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro.Tempos também de ousadia, quando a passista Tati, da Cidade Jardim, uma singela professora de piano, foi a primeira a aparecer com os seios à mostra, o que ainda era pouco comum até no Rio de Janeiro. E em que personalidades do samba, como Nego, irmão de Neguinho da Beija-Flor vinha à BH para ‘puxar‘ samba da Cidade Jardim, que já teve como destaque a passista Pinah, também da Beija-Flor, aquela de cabelos raspados que deslumbrou o príncipe Charles, em 86.Alexandre Silva Costa, o Li, 38 anos, presidente da Cidade Jardim, relembra que, na década de 80, quando cada escola brigava nas mesmas condições pelo título, eram comuns as visitas escondidas às quadras rivais, em busca de informações sobre o que seria preparado para o próximo Carnaval. Ele conta que a Cidade Jardim tinha a estratégia de montar seus carros alegóricos num galpão no Bairro Santa Terezinha, na Região da Pampulha, bem longe dos olhares rivais. «Aqui, no Santa Maria, ficavam apenas as pequenas alegorias, o que confundiu muita gente», disse ele.Um ponto principal da escola que não havia como esconder, por motivos óbvios, era a bateria. «De longe escutávamos o repique da bateria da Inconfidência Mineira, a que considero a nota 10 do Carnaval de BH, lá no Bairro Concórdia. As quadras ficavam cheias para acompanhar os ensaios das baterias. Era uma forma também de conseguir mais verba para os desfiles», conta o presidente da Cidade Jardim. Havia também os bailes, muitas vezes em gafieiras, para angariar mais recursos. Mas as escolas de samba de Belo Horizonte não ensaiam mais suas baterias como há três anos, por causa da Lei do Silêncio.Alexandre lembra do «Livro de Ouro», que era usado por todas as escolas para registrar as doações de empresários, autoridades e políticos. A ajuda também vinha de comerciantes, sobretudo proprietários de hotéis, que tinham a garantia da lotação esgotada, e de comerciantes estabelecidos ao longo da Afonso Pena, que tinha retorno certo de investimentos. «Todo mundo participava. Havia uma interação com o Carnaval, que, não sei porquê, foi perdida aqui em Belo Horizonte».

Falta dinheiro para recuperar festa

E a luta para ter de volta os tempos áureos deve ser longa e difícil, já que, no mês passado, a quadra da Rua Gentios, no Conjunto Santa Maria, Região Oeste da capital, foi desapropriada pela prefeitura para a construção de uma Unidade Municipal de Ensino Infantil (Umei). E ainda, as escolas consideraram insuficiente a verba de R$ 10 mil que receberão do município para o desfile de 2009. «Isso dá para um desfile mediano e não é interessante mais fazer algo assim, quando precisamos é reerguer nosso Carnaval», protesta Alexandre Costa.«Se a escola não sair na avenida, iremos desfilar pela cidade afora. Não podemos ficar sem Carnaval», disse a comerciante Creuza Antônia Barbosa, 50 anos. Passista e mulata da bateria da Cidade Jardim por 37 anos, ela começou na escola com apenas 10 anos, na ala mirim. Sua graciosidade e beleza fizeram-na subir rapidamente como destaque da escola, que guarda recordações inesquecíveis. Creuza se lembra com detalhes do Carnaval de 71, como se tivesse ocorrido em fevereiro passado. «Ganhamos o título depois de desfilar debaixo de uma chuva intensa. Mas a garra da escola era muita. Homenageávamos a tia Helena, da ala das baianas, morta meses antes. Foi inesquecível».O comerciante João Marques de Jesus, o Juca, 53 anos, passista da escola que só não participou do desfile passado, relembra com empolgação o Carnaval de 84, quando a escola apresentou um samba-enredo que caiu no gosto do público. O refrão dizia que o samba da Cidade Jardim tinha a força do He-man, herói dos desenhos animados da TV da época. «O povão sabia toda a letra do samba, por ser bem fácil, e o cantava alto. Aquilo mexeu com a gente, de tão belo que foi aquela participação», disse Juca.A Cidade Jardim levava para a avenida cerca de 1.500 integrantes, sendo 150 componentes da bateria. Alexandre Costa, que na década de 80 era um jovem passista, diz que toda a comunidade participava freneticamente para a preparação do desfile. Costureiras, que formariam a ala das baianas, tiravam os fins de semana para confeccionar as fantasias, e o barracão da escola fervilhava de pessoas para ajudar na confecção das alegorias e adereços. As alas eram engrossadas por pessoas da comunidade e muitas outras vindas de outros bairros, que buscavam o prazer de brincar na rua.

Cães e gatos serão castrados em BH

Silvana Miranda
Repórter

Belo Horizonte terá uma unidade móvel de castração de cães e gatos. O veículo, com capacidade para atender dois animais simultaneamente e realizar 40 cirurgias por dia, foi apresentado ontem pela Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), durante a abertura da Campanha de Vacinação Anti-Rábica, no Centro de Saúde Jardim Europa, em Venda Nova. A proposta é alcançar locais de difícil acesso aos centros cirúrgicos, como vilas e favelas, além de ser usado para promover mutirões de castração por toda a cidade, conforme informou a gerente do Centro de Controle Zoonoses, Maria do Carmo Araújo. O serviço, que numa clínica veterinária custa em média R$ 200, será oferecido de graça pela SMSA. «Este é um instrumento eficaz no controle da população canina e felina, ajudando a prevenir as crias indesejadas, o abandono e a morte prematura de animais», argumentou. Ainda será feito um cronograma para as cirurgias, mas, inicialmente, elas serão feitas na Regional Noroeste.Ontem, um dos primeiros animais a serem imunizados contra raiva foi Foguinho, um cão da raça pinscher, de dois anos, que, mesmo no colo da proprietária, deu muito trabalho. «No ano passado foi pior, ele estava muito agitado, mas a vacina é necessária para evitar uma doença mais grave», disse a técnica de raio-X, Hosana Patrícia de Oliveira, 32 anos.O objetivo da campanha é atingir 80% da população animal. A estimativa é a de que os 315 mil cães domiciliados em Belo Horizonte sejam vacinados. O último caso de raiva canina foi registrado em 1989, já o de raiva humana, em 1984. Os cães não atendidos no dia da campanha podem ser vacinados durante todo o ano, gratuitamente, no Centro de Controle de Zoonoses, que fica na Rua Edna Quintel, 173, São Bernardo, de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas. A campanha contou com apresentação teatral dos alunos da Escola Municipal Professor Adalto Lúcio e espetáculo de cães adestrados do Corpo de Bombeiros. O balanço da imunização dos animais está previsto para ser divulgado amanhã pela Secretaria Municipal de Saúde.

Mutirão recolhe 1.200 quilos de lixo da Pampulha

As mãos ainda pequenas, porém ágeis, reúnem o lixo e depois separam de acordo com as regras da coleta seletiva. Em menos de duas horas de trabalho, cerca de 600 voluntários e estudantes de 19 escolas de Belo Horizonte recolheram quase 1.200 quilos de lixo em diversos pontos da orla e da Lagoa da Pampulha, sendo 407,5 quilos de material seco e 700 quilos de produtos molhados. O mutirão foi realizado na manhã de ontem e integra o projeto «Pampulha Limpa», que comemora o «Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias», coordenado pela ONG The Ocean Conservancy, e já garantiu, desde 2003 até o ano passado, a retirada de 5,5 toneladas de lixo na capital. Esta é a primeira vez que o estudante Pedro Henrique Mozany, 13 anos, participa do projeto de limpeza da lagoa. Ele ficou surpreso com a quantidade de lixo jogado por moradores, visitantes ou carregado pela chuva e córregos que deságuam na lagoa. Plástico, vidros quebrados e material de construção estavam entre os materiais encontrados em maior volumes. «Não entendo porque as pessoas fazem isso com a lagoa. Ela é tão bonita e nos faz tão bem», disse.Em outro ponto da orla, um grupo de 16 alunos da Escola Municipal Coronel Joaquim Antônio da Rocha, de Contagem, recolhiam desde tampa de vaso sanitário a pedaços de bonecas. Para a professora Cecília Ribas, a ação voluntária é uma verdadeira aula de cidadania até para alguns estudantes que nem conheciam a Lagoa da Pampulha. «O mais importante não é a quantidade de lixo que se recolhe, mas a lição repassada para as crianças», avalia.A estudante Andrezza Zilli, 12 anos, concorda e se disse surpresa com a poluição. «A gente precisa cuidar porque senão os animais vão morrer e a água vai secar». O que mais impressionou a estudante Jéssica Cristina Ferreira, 11 anos, foi ter encontrado peixes mortos. «Isso é um sinal de que a água está bastante poluída». Segundo o biólogo Leonardo Vianna, a mortandade de peixes é reflexo da falta de oxigenação da água, causado pelo excesso de material orgânico e lixo na Lagoa.Para o biólogo, a esperança é que campanhas como «Pampulha Limpa» mobilizem cada vez mais voluntários e conscientizem a população sobre a importância de sair em defesa da lagoa. «Quem sabe as crianças não saiam conscientes de que cada um tem papel importante na preservação e incentivem os adultos a agirem antes que seja tarde», disse. Em 2007, 18 escolas participaram da atividade, quando foram coletados 920 quilos e cerca de 14 mil itens. Pelo menos 70% do material recolhido eram plástico.

Dia dos Geraes tem projetos com 2 datas

Silvana Miranda
Repórter

MATIAS CARDOSO - Dois projetos de emenda constitucional, com datas diferentes, tramitam na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, criando o Dia dos Geraes, quando a capital do Estado seria transferida para Matias Cardoso, no Norte de Minas, cidade considerada o primeiro povoamento mineiro. A deputada Ana Maria Resende (PSDB) apresentou proposta instituindo o dia 23 de março, e o deputado Paulo Guedes (PT), em 8 de dezembro.O antropólogo João Batista Costa Almeida, do Movimento Catrumano, autor de estudo que comprovaria ser Matias Cardoso a primeira cidade mineira, alega que as duas datas têm sentido histórico e caberá aos deputados decidirem qual será instituída. O dia 23 de março se refere à chegada do bandeirante Matias Cardoso à região, e em 8 de dezembro comemora-se o dia de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade.Mesmo sem mostrar preferência, ele diz que seria mais fácil aprovar o dia 8 de dezembro, pois várias cidades têm feriado nessa data, já que a padroeira é a mesma. Os historiadores pretendem criar a Comenda Matias Cardoso, que seria entregue a lideranças e personalidades mineiras e brasileiras.O Movimento Catrumano foi criado em 2005, por iniciativa do então secretário de Meio Ambiente de Montes Claros, Paulo Ribeiro, para tentar convencer a Assembléia Legislativa a reconhecer Matias Cardoso como a primeira cidade mineira, com base no argumento histórico de que o povoado se formou em 1669. O objetivo era mudar a Constituição Estadual, para que o Dia de Minas, comemorado em 16 de julho, em Mariana, fosse alternado com a cidade do Norte de Minas.Em audiência na Assembléia, lideranças de Mariana não aceitaram dividir a data e surgiu, então, a proposta de criação do Dia dos Geraes, com duas opções de datas.Matriz é símbolo paradefensor de 8 de dezembroO deputado Paulo Guedes alega que propôs o dia 8 de dezembro tendo como base a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, construída em Matias Cardoso no século XVII. «É um marco histórico e anuncia a conquista dos sertões mineiros», argumenta. Segundo ele, o Dia dos Geraes contribuirá para a revisão histórica da fundação do Estado. Guedes diz que documentos oficiais da administração portuguesa durante o período colonial e registros de viajantes e estudiosos da época confirmariam as origens mineiras ligadas à conquista e ao povoamento do Norte e do Vale do Rio São Francisco, o que remeteria ao reconhecimento tardio de Matias Cardoso como primeiro povoado.«A conquista e ocupação das terras do Vale do São Francisco começaram, segundo a historiografia, com as entradas e bandeiras, que, em Minas, foram inauguradas com a expedição de Espinosa, no meio do século XVI, terminando com a fixação dos currais de gado em Matias Cardoso, no final do século XVII, quando também começa a história da mineração», registra o parlamentar.O projeto da deputada Ana Maria Resende propõe o dia 23 de março, com o objetivo de rever a história de Minas Gerais. Segundo ela, o imaginário, os livros escolares e outras fontes, entre elas a Constituição mineira, informam que o Estado teve origem em Mariana, mas antropólogos e registros históricos apontam que a cidade foi fundada em 1696, e Matias Cardoso, entre 1662 e 1664, cerca de 32 anos antes.«No entanto, quando a sociedade aurífera de nosso Estado começou oficialmente, nas margens do Ribeirão Nossa Senhora do Carmo, em 1696, com a fundação do arraial que veio a ser Mariana, o bandeirante Matias Cardoso de Almeida já se fixara, em 1660, nas margens do Rio Verde Grande e, posteriormente, do Rio São Francisco, em Morrinho, atual Matias Cardoso, em evento fundador da sociedade agropastoril. Talvez, em definição mais clara, tenhamos as Minas, a partir de Mariana, e os Gerais, a partir de Matias Cardoso».O projeto, no entanto, causa polêmica. A chefe do Departamento de História da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Jânia Marques Dias, alega que nunca participou ou se interessou pelo Movimento Catrumano, por considerá-lo como interesse de grupos. No entanto, admite que a criação do Dia dos Geraes em 23 de março seria o reconhecimento da importância da história, pois a chegada de Matias Cardoso é um episódio significativo para a região. Já o presidente do Instituto Histórico de Montes Claros, Wanderlino Arruda, sugere 8 de dezembro pelo aspecto religioso e por ser feriado em várias cidades, «o que ajudaria a consolidar a data».

Mariana apóia projeto e pede reforma de igreja

A criação do Dia dos Geraes tem apoio de entidades culturais de Mariana, que é transformada em «capital mineira» no dia 16 de julho. O presidente licenciado da Academia de Letras e da Fundação Cultural da Arquidiocese de Mariana, Roque Camelo, considera o dia 8 de dezembro ideal, pelo sentido religioso e por ser feriado em várias cidades do Estado.As duas entidades podem participar de uma campanha pela restauração da Matriz de Matias Cardoso, que, segundo Roque Camelo, é prioritária, devido a sua situação precária. Ele entrou em contato com o presidente do Instituto Histórico de Montes Claros, Wanderlino Arruda, na última quarta-feira, propondo uma parceria nesse sentido. «A restauração da igreja deverá custar R$ 3 milhões, que é o valor médio das obras nessa área. É preciso buscar patrocínios, como fizemos em Mariana», afirma Camelo.Segundo ele, recursos podem ser tentados junto à Coteminas, devido à ligação do grupo têxtil com o Norte de Minas, onde surgiu, e à Petrobras, que vai inaugurar, em outubro, uma usina de biodiesel em Montes Claros. Roque Camelo afirma que o interesse do vice-presidente da República, José Alencar, fundador da Coteminas, pela preservação do patrimônio histórico pode ser percebido em Mariana, onde, por intermédio do então Grupo Wembley, ele patrocinou a restauração da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no distrito de Camargo.De acordo com Roque Camelo, a criação do Dia de Minas foi decorrência de uma campanha que começou há 30 anos, com objetivo de corrigir distorções históricas, como o fato de os mineiros darem importância a 21 de abril, data da morte de Tiradentes. «Tiradentes era um mineiro que foi morto no Rio de Janeiro. Não é uma data de Minas. Após estudos, mostrei que Mariana foi legalmente constituída em vila e, depois, em cidade, a única em Minas Gerais, no período colonial, por mais de cem anos, já que as outras povoações continuavam como vilas. Além disso, Mariana, para ser sede episcopal, não poderia ser vila. Por isso, a então Vila Ribeirão do Carmo teve de ser transformada em cidade», conta Roque Camelo.Ele afirma que, ao propor que Mariana fosse sede do Dia de Minas, não desconhecia que outras localidades foram povoadas primeiro, como Matias Cardoso e várias outras. «Mariana foi escolhida por ser a primeira vila, cidade e capital, o que lhe dava primazia. Eram muitos povoados, mas nenhum tinha o caráter de permanência que Mariana teve», argumenta.Em 1979, Mariana foi reconhecida, por meio de lei ordinária, como a primeira capital de Minas Gerais e, depois, em 1989, pela Constituição Estadual. «Na época, surgiram vários movimentos separatistas no nosso território. Propus o Dia de Minas para resgatar o espírito mineiro», alega Roque Camelo

Acidente nas estradas de Minas deixa Oito pessoas morta


Silvana Miranda

Repórter



Até o início da noite, pelo menos oito pessoas morreram em acidentes nas rodovias mineiras e na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por causa de imprudência e estradas escorregadias em função do domingo chuvoso. Várias pessoas ficaram feridas. No quilômetro 336 da BR-116, em Campanário, Vale do Rio Doce, um acidente envolvendo dois caminhões e um microônibus, que seguia de Itapecerica da Serra (SP) rumo a Cândido Sales (BA) matou duas mulheres: Reilde de Oliveira Xavier, 44 anos, e Leidiane Santos, 24 anos.Outros 12 ocupantes dos veículos foram encaminhados para os hospitais Municipal e Santa Rosália, de Teófilo Otoni, e Tristão da Cunha, de Itambacuri. O trânsito no local ficou interrompido durante toda a manhã. Em outro acidente, o motorista, não identificado, de um Fiat Uno verde, placa HEJ-8042, de Betim, morreu carbonizado na madrugada quando seu carro bateu de frente contra uma Van, na BR-262, em Luz, Centro-Oeste, dirigida por Claudinei de Carvalho, que não se feriu. Na BR-381, quilômetro 410, em Roças Grandes, Sabará, o ciclista Sílvio Ferreira de Abreu, 53 anos, foi atropelado e morto pelo Gol AOU-5224, de São Paulo, conduzido por Eugênio de Menezes Lucas, no mesmo local onde sua mulher morreu atropelada há 10 anos. Os moradores interditaram a via em protesto, paralisando o tráfego nas duas direções. Na BR-040, altura do quilômetro 340, em Felixlândia, Região Central, o Fiat Palio, de Belo Horizonte, perdeu o controle e capotou, matando o motorista Sílvio Nascimento Gonçalves, 50 anos. O passageiro Carlos Alberto Santos, 48 anos, morreu ao dar entrada no Hospital de Felixlândia.Em Belo Horizonte, na Avenida do Contorno, 9.513, Barro Preto, Priscila de Melo Américo morreu quando seu carro foi atingido pelo tronco de uma árvore. Um capotamento de uma Saveiro vinho, placa GQL-5755, de Santa Luzia, na MG-20, quilômetro 30, matou Leandro Rodrigues Guimarães, 20 anos, que foi arremessado para fora do veículo.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Professores paralisão aula da unimontes

Silvana Miranda
Repórter


MONTES CLAROS - Os professores da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) entraram em greve por tempo indeterminado, sob alegação de que o Estado está adiando a decisão sobre a reivindicação da categoria para recuperação das perdas salariais. A presidente da Associação dos Docentes (Adunimontes), Marise Fagundes Silveira, afirma que a paralisação foi definida em assembléia realizada na tarde da última terça-feira, já que as negociações começaram em maio de 2007, mas ainda não houve uma definição.O reitor da instituição, Paulo César Almeida, lamenta a posição dos docentes, afirmando que as conversações estavam em andamento, com sua intermediação. Ontem, os professores do curso de Medicina aderiram ao movimento. Hoje, haverá assembléia, às 9 horas, para discutir o movimento e, em seguida, passeata pelas ruas da cidade. A Unimontes é o maior estabelecimento de ensino superior do Norte de Minas.Marise Silveira diz que, na última segunda-feira, participou de uma reunião com técnicos da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), em Belo Horizonte, quando apresentou a contraproposta da categoria, que seria, então, encaminhada para análise da Câmara de Gestão e Finanças de Minas Gerais. No entanto, os professores consideraram que essa medida era uma forma de protelar a decisão, já que comissão se reúne somente no final de cada mês.Segundo ela, em maio de 2007, quando começaram as negociações, a principal reivindicação era de reposição salarial de 90%, sob alegação de que a categoria estava há 12 meses sem reajuste. Marise Silveira alega que o último aumento, de 30%, em média, ocorreu em 2005 e, depois, em 2007, foi concedido mais 5% na época da implantação do plano de carreira. Agora, a Seplag ofereceu uma gratificação de 25% a 26%, a partir deste mês, e de 40% a 44%, dentro de um ano. Os professores rejeitaram a proposta, argumentando que a gratificação não seria incorporada ao salário, enquanto reivindicam sua recomposição.Entre os dias 1º e 5 deste mês, foi realizada uma paralisação e, com a volta das aulas, o Estado retomou as renegociações, marcando a reunião para a última segunda-feira, quando a Adunimontes apresentou a contraproposta dos professores: reajuste salarial de 40%, em média, e manutenção da gratificação. Além disso, foi proposto que a gratificação por dedicação exclusiva seja de 60% - o Estado ofereceu 25% (aos mestres) e 35% (aos doutores). A equipe técnica do Estado ficou de avaliar o impacto da proposta na folha de pagamento e nas finanças estaduais, para então encaminhá-la à Câmara de Gestão e Finanças.Em nota, o reitor da Unimontes, Paulo César Almeida, afirma que a Seplag, na reunião de segunda-feira, «ratificou que a proposta de gratificação anteriormente apresentada contemplará a maioria do corpo docente e seria examinada a alternativa de ser estendida também aos professores designados. Em virtude da próxima reunião da Câmara de Coordenação Geral, Planejamento, Gestão e Finanças estar marcada para o dia 30 e, devido ao curto tempo para apresentação de estudos definitivos, foram priorizados os três itens e, surpreendentemente, um dia após, foi deflagrada greve por tempo indeterminado».O reitor afirma ainda, no comunicado, que «é imperioso esclarecer que a decisão adotada, além dos danos irreparáveis para a própria comunidade acadêmica e sociedade regional, provoca a interrupção das negociações que estavam em curso e, em conseqüência, a greve impossibilita a continuidade dos estudos por parte da Seplag e inviabiliza o encaminhamento para apreciação da Câmara de Coordenação Geral, Planejamento, Gestão e Finanças em sua próxima reunião».

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Temporal de granizo mata um e leva destruição a várias cidades Mineiras


Carlos Calaes, Celso Martins e Silvana Miranda
Repórteres


Belo Horizonte, Contagem, Betim sofreram ontem com um forte vendaval de granizo, que começou a cair por volta das 15 horas. Centenas de casas ficaram destelhadas, e houve feridos leves. Em Betim, um casal está desaparecido, e pode ter sido vítima da chuva. Já em Contagem, os bombeiros confirmaram a morte de um homem, que havia subido no telhado para consertá-lo enquanto chovia, e caiu. Ele era morador do Bairro Água Branca. Contagem, onde até a sede da prefeitura foi atingida, decretou situação de emergência e pediu socorro à Coordenadoria de Defesa Civil do Estado. Há 119 pessoas desabrigadas na cidade. A falta de energia elétrica atingiu mais de 40 mil pessoas, de acordo com a Cemig. As pedras de gelo que caíram nestas cidades assustaram os moradores, quebrando vidros de janela e portas e amassando carros. Elas chegavam ao tamanho de uma bola de sinuca, furando telhas e impedindo pessoas de saírem de onde estavam. Tapetes de gelo se formaram em vários locais. Na capital as regiões mais afetadas foram Pampulha, Oeste e Leste.Em Betim, o vendaval durou cerca de 20 minutos e provocou muito estrago. Pelo menos cem veículos foram danificados pelo gelo. No Bairro Imbiruçu, um dos mais atingidos, homens do Corpo de Bombeiros retomam hoje pela manhã as buscas no Córrego Areias, onde um casal teria sido arrastado pela enchente ontem à tarde. A moto deles foi encontrada ontem.A Defesa Civil Municipal recebeu cem chamadas de moradores que tiveram os telhados danificados e de empresas com toda cobertura destruída pelo granizo. O superintendente de Defesa Civil Municipal, coronel Waldemar Roberto, acredita que o número de ocorrências chegaria a 200 até o final da noite. A Região Central de Betim e os bairros Petrópolis, Marajoara e São João foram os mais atingidos. Em algumas ruas, o granizo acumulado chegou a quase um metro de altura. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, houve 22 acidentes nas BRs na Região Metropolitana, nenhum com gravidade.Dos afetados pela queda de energia elétrica, 20 mil são de Belo Horizonte, principalmente nos bairros Venda Nova, Glória, Ipanema e Floresta. Os outros 20 mil foram em Contagem e Betim. Segundo a Cemig, até o início da noite, 110 equipes estavam trabalhando no religamento das redes, e a previsão era que o fornecimento fosse reestabelecido até a madrugada de hoje.De acordo com o meteorologista Ruibran dos Reis, do Instituto MG Tempo Cemig/PUC Minas, a previsão para hoje na Região Metropolitana de BH é de tempo nublado a parcialmente nublado, sem chuvas. O clima deve permanecer assim até segunda-feira, quando uma nova frente fria com ar polar vinda do Oceano Pacífico chega ao sudeste, causando novas chuvas.Na Região da Pampulha, um dos piores estragos foi na Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Terezinha, que ficará fechada nos próximos dias. Ela foi totalmente destelhada, e houve perda de equipamentos e livros. Alunos desmaiaram, mas ninguém ficou ferido.

(Com Augusto Franco e Gabi Santos)

Fúria da natureza arrasa o Sul de MGMargarida HallacocDa SucursalVARGINHA - As tempestades de vento e granizo, que há uma semana vêm assustando os moradores dos municípios do Sul de Minas, voltaram a fazer estragos no fim da tarde de terça-feira em Campo do Meio, Campos Gerais, Três Pontas, Três Corações, Lambari, Conceição do Rio Verde, Baependi e Varginha. O temporal começou por volta de 16 horas. Em alguns lugares nem chegou a chover forte, mas os ventos e as rajadas de granizo foram suficientes para causar pânico e deixar muita gente em apuros. Em Varginha, a região mais prejudicada foi a central da cidade. O granizo caiu apenas durante quatro minutos, mas como as pedras eram grandes, furaram telhados, amassaram a lataria de veículos, quebraram vidraças e desfolharam árvores inteiras.Ao final da chuva, o que se via no Centro de Varginha era um monte de pedras e folhas, que forraram as praças e cobriram os carros que estavam estacionados. Toldos, luminárias e placas de pontos comerciais foram arrancados e alguns arremessados pelo vento, causando medo em quem estava na rua. A fiação elétrica foi atingida, os semáforos apagaram e o trânsito travou por alguns momentos, gerando confusão.Lidiane Silva conta que estava estacionando seu veículo, em frente ao colégio do filho, quando começaram a cair as pedras de granizo. «Não deu tempo de descer do carro. Eu só ouvia os estrondos e, quando vi o tamanho das pedras na rua, pensei que ia quebrar tudo. Tive medo de estourar o para-brisa, tamanho era o barulho das pancadas», disse.Na conhecida Praça do Sapo, a chuva desfolhou as árvores e cobriu de gelo o calçamento. O granizo amontoado próximo ao meio-fio durou até a noite. Em frente à Escola Estadual Brasil, um fio de alta tensão se soltou, deixando a região sem energia elétrica. Nas proximidades da Avenida Doutor Módena, uma árvore foi arrancada pelo vento, quebrando um poste em dois lugares. Bombeiros trabalharam durante toda a manhã de ontem no corte de galhos e na limpeza do local. Moradores ficaram sem energia.Na Vila Mendes, uma família teve a casa destelhada e vidros quebrados pelas pedras. Eles perderam computador, máquina fotográfica, colchões e móveis. O Corpo de Bombeiros realizou mais de 30 atendimentos a moradores em apuros por causa da tempestade. O telhado da Delegacia da Polícia Civil ficou danificado, assim como o da Fundação Varginhense de Assistência ao Excepcional (Fuvae), onde foram quebradas as telhas de barro e de vidro, utilizadas para clarear ambientes.Em Baependi, começou a chover por volta de 17h30 de terça-feira. Meia hora de chuva foi suficiente para destelhar e inundar casas dos bairros Palmeira e Coab. Em Lambari, a chuva, que já havia feito estragos na noite de segunda-feira, voltou a assustar na noite de terça, causando mais danos.Em Conceição do Rio Verde, ontem foi dia de muito trabalho no atendimento às mais de 700 famílias que procuraram ajuda na Defesa Civil. Elas queriam se cadastrar, em busca de ajuda para os prejuízos que sofreram. De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Pedro Cláudio Felipe, o município inteiro foi atingido. Em Boa Esperança, o vento e as pedras de granizo também trouxeram susto e prejuízos, em especial às lavouras de café.FGTS poderá ser sacado em Carandaí para obrasAugusto Franco e Jaqueline da MataREPÓRTERESCom mais de 3 mil pessoas desabrigadas e desalojadas em decorrência de um temporal e por uma chuva de granizo na última terça-feira, que durou pouco mais de meia hora, Carandaí, Região Central do Estado, pode receber o status de situação de emergência nacional. Caso isso ocorra, os prejudicados poderão ter o direito de sacar até R$ 2.600 de seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), caso tenham saldo suficiente para obras. Hoje uma equipe da Coordenadoria Nacional de Defesa Civil chega à cidade, que tem cerca de 22 mil habitantes, para avaliar os danos. Desde terça-feira, o município decretou estado de calamidade pública. Ontem, representantes da prefeitura, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e de associações comunitárias se reuniram na sede da administração municipal para definir prioridades. Segundo o secretário executivo da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), tenente-coronel Alexandre Lucas, metade do hospital local, que foi destelhado, ficará interditado, assim como dez escolas, que tiveram telhados e paredes danificados. Eles terão que passar por reformas antes de voltarem a ser utilizados. Outras duas instituições de ensino estão sendo avaliadas e também poderão ficar fechadas.«Não é possível cobrir o hospital com lona por causa do madeiramento. A solução que encontramos é isolar o andar de cima, ou seja, quase metade do hospital, definindo áreas de escoamento das águas. Primeiro refaremos os telhados. Só quando as chuvas estiarem um pouco poderemos começar a trabalhar na pintura e nas reformas internas», avaliou o engenheiro Alfredo Gomes de Miranda, do Departamento de Estado de Obras Públicas (Deop). Mais duas equipes do órgão chegarão à cidade hoje para avaliar outras construções afetadas.A Copasa, de acordo com Alexandre Lucas, enviaria nesta quinta-feira mais três caminhões-pipa e água em copos para os desabrigados, que estão alojados, provisoriamente, em 12 locais, entre galpões, associações comunitárias, igrejas católicas e evangélicas e em casas de famílias mais abastadas, que abriram as suas portas. Ainda na reunião ficou decidido que a Prefeitura de Carandaí e o Governo do Estado doarão telhas coloniais a famílias carentes que tiveram seus telhados destruídos. Os bombeiros já estão fazendo o levantamento dessas famílias. Os primeiros moradores contemplados serão os dos bairros Cohab 1 e Cohab 2. Alexandre Lucas observa que pouco mais de 40 municípios, dos 853 de Minas Gerais, têm Coordenadoria de Defesa Civil atuante e que age de acordo com o conceito que lhe compete - prevenir, preparar, dar respostas e reconstruir cidades atingidas por calamidades. Outros 598 têm o órgão pelo menos no papel. Ele considera que o fato do coordenador municipal da Comdec de Carandaí, Levindo Lagda, ter feito um curso de capacitação com a Cedec ajudou nos procedimentos que estão sendo tomados depois da devassa provocada pelo temporal. Ainda na quarta-feira, a cidade já começava a receber as doações, distribuídas em três caminhões. São 300 cestas básicas, 180 colchonetes, 180 cobertores, 17 toneladas de lona, roupas usadas e demais doações. De acordo com o meteorologista do MG Tempo Ruibran dos Reis, as chuvas ocorrerão com mais intensidade em novembro e dezembro nas regiões Norte, Nordeste e Noroeste. Estão previstas novas chuvas de granizo, em outubro, principalmente, para o Sul de Minas e Zona da Mata. A meteorologia também prevê que as chuvas serão de 15% a 20% acima da média pluviométrica dos meses de novembro, dezembro e janeiro (a média histórica é de 750 milímetros). «As chuvas devem se concentrar mais no Noroeste, Alta Paranaíba, Alto São Francisco, Zona da Mata e Campo das Vertentes e Região Metropolitana de Belo Horizonte», disse Reis. Na madrugada de ontem, ocorreram chuvas mais leves no Sul, Zona da Mata, Leste e na Região Metropolitana da capital.Escola fecha por uma semana em BH para reconstruçãoGabriel PascoalEspecial para o HOJE EM DIAA Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Terezinha, que fica no bairro de mesmo nome da Região da Pampulha, ficará pelo menos sete dias sem aulas para a reconstrução de suas instalações, destruídas pela chuva de granizo de ontem. Todas as salas da parte superior, refeitório, banheiros, biblioteca e sala de computação foram destelhadas e inundadas, perdendo equipamentos e livros. De acordo com a vice-diretora Terezinha Karl, nenhum dos 530 alunos do turno da tarde ficou ferido, apenas ocorreram alguns desmaios diante do pânico que se formou.A professora de Artes Sílvia Prata, que teve três vidros de seu Gol estilhaçados pelas pedras de gelo, contou que dava aula no momento em que a tempestade chegou. «As janelas da parte esquerda começaram a estilhaçar. Levei os alunos para perto das janelas da direita, que também começaram a quebrar. Ficamos ilhados no meio e como parecia que não pararia mais, abri a porta e mandei que corressem», conta ela. O granizo também derrubava a cobertura de amianto e madeirite das salas superiores e os alunos desceram às pressas para a parte de baixo.Terezinha Karl contou que 30 alunos da 6ª Série lanchavam no refeitório quando parte do telhado caiu, por sorte onde ninguém estava sentado. Mas as crianças correram para o pátio em busca de abrigo e a chuva destruía também a sua cobertura. Por fim, todos foram abrigados nas salas inferiores. O prédio da biblioteca também foi totalmente destelhado e muitos livros atingidos pela chuva. O mesmo aconteceu na sala de computação, que fica no segundo andar. Todos os equipamentos ficaram molhados.Dezenas de moradores das imediações da Rua João Evangelista, ainda no Santa Terezinha, também tiveram a cobertura de amianto destruída pelo granizo. «Nunca vi nada igual em minha vida. Achei que minha casa ia desabar», conta a dona de casa Vera Lúcia Pereira da Silva, 53 anos, enquanto acabava de retirar a água que inundou todos os cômodos de sua casa, que fica no número 30. Rachaduras apareceram em sua cozinha e sala. Ela mostrou o telhado esburacado do quarto onde sua neta, Letícia, de 8 meses, dormia no momento da tempestade. «Por sorte nenhum pedaço a atingiu», disse ela.

Contagem dá início a campanha

Contagem,uma das cidades mais afetadas da Região Metropolitana e que decretou estado de emergência após a morte de uma pessoa, começa hoje uma campanha para arrecadar telhas para a população que teve suas casas danificadas. De acordo com a coordenadora da Defesa Civil de Contagem, Cristina Moraes, um balanço parcial de pessoas feridas e prejuízos provocados pelo temporal ainda estava sendo providenciado. Hoje, um helicóptero da Defesa Civil do Estado deverá fazer sobrevôo no município para uma avaliação mais detalhada dos estragos. A sede da prefeitura também sofreu avarias, segundo informou Cristina Moraes.No Bairro Alvorada, ao longo da Avenida José Luiz da Cunha, as pessoas ficaram ilhadas por causa da água e gelo no restaurante Parada Obrigatória, na Padaria e Confeitaria Soft e até numa barbearia. Apesar do frio e acúmulo do gelo, funcionários com rodos tentavam remover o granizo, que cobriu as bocas-de-lobo e impediu o escoamento da água.
Na escola Casinha Feliz, professores e crianças também ficaram ilhados por causa do gelo acumulado na porta. A costureira Hilda Caputo, 40 anos e a ajudante de serviços gerais, Ana Beatriz da Silva, 50 anos, não se intimidaram e saíram andando com dificuldade com o gelo na altura dos joelhos com os filhos nos braços.Na Ceasa, o temporal também fez muitos estragos. A grande placa logo na entrada foi parcialmente destruída. No pátio da Cardiesel, de propriedade do deputado estadual Jairo Lessa (PR), por pouco não acontece uma tragédia. Um funcionário, cujo nome não foi divulgado, ficou ferido quando o telhado não suportou o peso do gelo, que entupiu a calha, e desaabou. De acordo com a gerente Cássia Mara Teixeira, 41 anos, sete veículos de clientes e funcionários ficaram avariados. O prejuízo foi estimado em R$ 200 mil. Ao lado, uma parede inteira e o telhado da Mercedes também desabou, mas ninguém se feriu. Por todo lado havia pessoas retirando o gelo e comentando sobre o temporal.No Bairro Bandeirantes, na Região da Pampulha, na Zona Norte, dezenas de automóveis ficaram com o teto e o capô amassados, e os vidros laterais ou pára-brisas quabrados. «O povo aqui está apavorado», disse a moradora Rosana Maia Olímpio. «Aqui, na Rua Major Messias de Menezes, o estrago foi grande porque caíram pedras de gelo do tamanho de bolas de ping-pong». Em Santa Luzia, a chuva de granizo começou por volta de 15h30 e durou cerca de 20 minutos. Segundo a Defesa Civil, não trouxe grandes estragos.

sábado, 13 de setembro de 2008

Vacinação contra Rubéola é prorrogada em MG

Com o objetivo de atingir 95% de imunização da população, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) decidiu prorrogar até 3 de outubro a campanha de vacinação contra a rubéola. Segundo dados da SES, até ontem havia sido alcançado 80% de cobertura em todo o Estado. A maior dificuldade em se atingir a meta se deve à pouca adesão do público masculino com idade entre 20 e 39 anos. «Realmente tem sido nosso maior desafio. Mas podemos dizer que estamos tendo êxito na campanha, pois Minas tem grande extensão territorial e população numerosa», disse o secretário de Saúde em exercício, Antônio Jorge de Souza Marques.
Para atingir a meta em todo o Estado, serão adotadas novas ações nas próximas três semanas. Uma delas será a vacinação em canteiros de obras, com o intuito de atingir, principalmente, a população masculina. «Haverá vacinação nas obras da Linha Verde, dos presídios de São Joaquim de Bicas e Ponte Nova, além do Centro Administrativo. Nesses locais, trabalham cerca de 3.500 operários», afirmou Antônio Jorge.
Em Minas Gerais foram vacinadas 7.462.103 pessoas. Neste total estão incluídos 75,72% dos homens e 84,63% das mulheres. A faixa etária com o melhor resultado é a que abrange a população com idade entre 12 e 19 anos, que tem 93,89% de cobertura. Os habitantes com 20 a 39 anos representam 84,31% do total de vacinados.
Em Belo Horizonte, segundo dados fornecidos pela assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde, desde o início da campanha, em 9 de agosto, até o dia 5 de setembro, 72% das pessoas entre 12 e 39 anos foram imunizadas contra a rubéola. Desse total, 373.580 são homens (66,4%) e 463.419 mulheres (77,8%). Diferentemente do que acontece no Estado, na capital a cobertura vacinal mais baixa está entre 30 e 34 anos para ambos o sexos. Entre as mulheres, 68,17% foram vacinadas e, entre os homens, 56,26%. Os 146 centros de saúde e demais postos itinerantes vão funcionar diariamente para a campanha até o dia 3 de outubro.
Em função da expectativa de que a campanha de vacinação seria encerrada ontem, conforme havia sido divulgado anteriormente, muitos centros de saúde receberam pessoas procurando a vacina

Em menos de 48 hrs mais um Bebê é abandonado na Capital

Um bebê com 40 centímetros de comprimento e pesando três quilos e 250 gramas foi abandonado, no final da madrugada de ontem, na porta da casa de número 145 da Rua Igor, no Bairro Colorado, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Moradores que recolheram e deram a primeira assistência à criança acreditam que ela tenha sido deixada no local por volta das 5 horas da manhã de ontem, pouco tempo depois do parto, já que ainda estava com o cordão umbelical com sangue líquido. O bebê foi recolhido pela polícia e internado na UTI Neonatal da Maternidade Municipal de Contagem.
No final da manhã de ontem, segundo informações da coordenadora administrativa da maternidade, Renata Moreira, o bebê apresentava boa saúde, sem nenhuma complicação, e foi alimentado com leite logo que chegou ao hospital. Assim que a notícia do abandono se espalhou, o telefone não parou de tocar. Eram famílias de Contagem e de Belo Horizonte querendo saber sobre o estado de saúde da criança e interessadas na adoção. Renata Moreira disse que o menino, se continuar bem de saúde, terá alta hospitalar tão logo o Conselho Tutelar de Contagem determine o local para onde será levado.
Três mulheres foram as primeiras a cuidarem do bebê. A professora Maria Helena Condé da Silva, 44 anos, casada, dois filhos; Luíza Rodrigues dos Santos, 45 anos, casada, mãe de três crianças, e Marlene Aparecida da Silva, 49 anos, que moram na confluência das Rua Igor com Rua L, no Bairro Colorado. «As minhas vizinhas encontraram a criança na porta da casa e me chamaram para ajudar e prestar socorro», lembrou a professora Maria Helena. «O meu marido é taxista e, quando contei o caso para ele, telefonamos para a polícia e avisamos sobre o bebê abandonado. O menino estava vestido apenas com uma blusa grande e tinha uma toalha rasgada enrolada no corpo. Ele estava com o rostinho roxo, mas não estava chorando. Por isso, arrumamos uma manta para aquecê-lo até que a polícia chegasse», conta.
As mulheres contaram que a criança foi descoberta, às 6h30 de ontem, por um homem que mora no número 145 da Rua Igor, que estava saindo para o trabalho. Ele abriu a porta da casa e viu o bebê sobre o passeio. Assustado, chamou as vizinhas e foi trabalhar. «Fiquei preocupada, porque aqui nesse bairro existem muitos cães nas ruas que poderiam ter atacado a criança», comentou Marlene Aparecida da Silva.
A ocorrência policial sobre o abandono do bebê será encaminhada à Vara da Infância e Adolescência de Contagem na segunda-feira, quando terão início as investigações. Rogério Gomes Santana, do Conselho da Infância e Juventude da Regional da Ressaca, disse que esse setor poderá ser acionado pela Justiça, na próxima semana, para acompanhar o caso.
De janeiro e abril deste ano já foram registrados 43 casos de abandono de crianças e recém nascidos na capital, segundo informações da Secretaria de Estado da Defesa Social. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte foram registradas 69 ocorrências e, em todo o Estado, em igual período, 621. Os números divulgados apontam ainda um crescimento de 80% nesse tipo de ocorrência em Belo Horizonte.
Outra criança encontrada no lixo na quinta-feira, dentro de um saco de plástico, na Rua João Ribeiro, no Bairro Santa Efigênia, Zona Leste da capital, continuava internada ontem no Hospital da Santa Casa sem nenhuma complicação de saúde. A polícia ainda não havia identificado a sua mãe.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Pastores são presos comprando crack

Trés pastores evangélicos foram presos em flagrante pela Policia Militar,comprando crack em uma boca de fumo. Os pastores estavão em uma BMW é o que dirigia não é abilitado. A prisão aconteçeu na madrugada durante a ronda da PM,em um bairro da cidade de Coronel Fabriciano. De acordo com os policias que fizerão a abordagem trés dos quatros acusados,afirmarão serem pastor da Igreja evangélica:Deus é Amor das cidades deAçucema,Nanuque e Santana do Paraiso no Vale do Rio Doce. O quarto acusado seria o tráficante que vendeu a droga. No carro de luxo dos pastores também forão encontradas 10pedras de crack,270reais em dinheiro e vinte mil em guaranis,moeda paraguaia. Os pastores forem indiciados por uso de drogra,e responderão processo em liberdade. Já o quarto rapaz responderá por tráfico de drogas e responderá ao processo em regime fechado.

MG tem 4 das 10 universidades de ponta do país


Universidade federal de Viçosa se destacou recentemente nas áreas de ciências agrárias e veterinária.
Quatro instituições públicas mineiras de ensino superior estão entre as 10 melhores do país, segundo o Índice Geral de Cursos (IGC) divulgado segunda-feira pelo Ministério da Educação (MEC). O indicador avaliou a qualidade de cursos de graduação e de pós-graduação (mestrado e doutorado) de 173 universidades de todo o país.


A Universidade Federal de Viçosa (UFV), na Zona da Mata, ocupa o terceiro lugar, melhor posição do estado no ranking de excelência de desempenho, atrás apenas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Na seqüência, aparecem a Federal de Minas Gerais (UFMG) e a do Triângulo Mineiro (UFTM), na quarta e sexta posições, respectivamente. A Universidade Federal de Itajubá (Unifei) está na 10ª colocação.

Além das universidades, o IGC avaliou, separadamente, conceitos de 131 centros universitários e 1.144 faculdades isoladas e integradas. O índice resume, para cada instituição, a qualidade de todos os cursos de graduação, mestrado e doutorado, distribuídos na totalidade de câmpus e municípios onde a escola atua. Será usado, junto a outros elementos e instrumentos, para orientar as comissões de especialistas do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em visita às instituições de ensino superior. A idéia é oferecer a eles informações consistentes que nortearão decisões e análises dos relatórios de avaliação. Se antes a verificação era feita de forma isolada, por cursos, o IGC avança ao contemplar toda a instituição.

No cálculo do indicador, o Inep usou a média dos conceitos preliminares dos cursos da instituição (CPC), componente relativo à graduação, e a nota fixada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), para a pós-graduação. A média é obtida a partir da distribuição dos alunos entre os diferentes níveis de ensino (graduação, mestrado e doutorado).

Na primeira divulgação do IGC, foram usados os CPCs referentes às edições do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) no período de 2005 a 2007. Esse indicador de cursos considera, além de resultados de avaliação de desempenho de estudantes, infra-estrutura e instalações, recursos didático-pedagógicos e corpo docente. A nota da Capes é referente à avaliação do triênio de 2004 a 2006.O resultado do Índice Geral de Cursos da Instituição está expresso em valores 0 a 500. As universidades que conseguiram mais de 395 alcançaram níveis de excelência em qualidade. Nenhuma instituição conseguiu a nota máxima. De acordo com o MEC, o IGC será divulgado anualmente, sempre depois da divulgação do Enade e do CPC.

Zona da Mata

Segunda-feira foi dia de comemoração na Universidade Federal de Viçosa (UFV). O reitor Carlos Sigueyuki Sediyama disse que acreditava em uma boa classificação, mas não imaginava ficar no topo da lista. Ele atribui os resultados à dedicação dos professores, aos investimentos na qualificação dos profissionais, à infra-estrutura da universidade e ao relacionamento entre alunos e corpo docente. “São várias ações que permitem oferecer graduação e pós-graduação de alto nível. Esse saldo é fruto do trabalho da equipe e conta com participação do estudante, que está interessado em aprender no laboratório, nos campos e nas empresas. Esse conjunto faz a diferença”, afirma.

O reitor ressalta que o compromisso se reflete na procura de estudantes pelo setor produtivo. “Isso é fundamental para os alunos ficarem animados e estudarem mais, além da participação no trabalho de extensão. Tudo isso alimenta um círculo importante”, diz. Ele conta que a UFV foi criada para resolver problemas da agricultura mineira, uma qualidade mantida até hoje – recentemente, recebeu o título de melhor universidade nas áreas de ciências agrárias e veterinária do país. “Somos pioneiros na pesquisa e extensão. Incentivamos a busca de respostas para a solução de problemas até as questões práticas. ”

A Universidade Federal de Viçosa teve origem na Escola Superior de Agricultura e Veterinária (Esav), criada pelo Decreto 6.053, de 30 de março de 1922, do então presidente do estado de Minas Gerais, Arthur Bernardes (1875-1955). Foi inaugurada em 28 de agosto de 1926, por seu idealizador, que na época era o presidente da República. Em 1927, começaram as atividades didáticas, com a instalação dos cursos fundamental e médio e, no ano seguinte, do superior de agricultura. Em 1948, se tornou Universidade Rural do Estado de Minas Gerais (Uremg), composta pela escola superior de agricultura, de veterinária, de ciências domésticas, de especialização (pós-graduação), do serviço de experimentação e pesquisa e do serviço de extensão. Em 15 de julho de 1969 passou para responsabilidade da União, como Universidade Federal de Viçosa.

(Informações do Portal UAI)

PF deflagra operação contra fraudadores da Previdência em São Paulo e Norte de Minas

A Polícia Federal (PF) em São Paulo deflagrou hoje a Operação Providência, resultado do trabalho da Força-Tarefa Previdenciária no Estado de São Paulo, composta pela PF, Ministério da Previdência Social e Ministério Público Federal. As investigações constataram que diversas empresas, empresários e advogados de São Bernardo do Campo, interior paulista, estariam intermediando a concessão fraudulenta de benefícios previdenciários, especialmente os de auxílio doença e de aposentadoria por invalidez, requeridos na Agência da Previdência Social daquela cidade. Os prejuízos aos cofres públicos chegam a R$ 200 milhões.

As quadrillhas corrompiam médicos peritos e outros servidores lotados na Agência da Previdência Social de São Bernardo do Campo/SP, para que estes concedessem beneficios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez para pessoas saudáveis e com plena capacidade laboral.

A Força Tarefa Previdenciária analisou 349 benefícios previdenciários, com indícios de fraudes, intermediados pela quadrilha, cujo prejuízo aos cofres da União estão estimados em R$ 8.720.000,00. Estima-se que as quadrilhas, atuando desde 2003, tenham intermediado cerca de 3.500 benefícios previdenciários fraudulentos, gerando um prejuízo à Previdência Social de aproximadamente R$ 200 milhões. Os titulares desses benefícios, com indícios de fraudes, deverão ser submetidos a novos exames periciais pela Previdência Social.

Participam da operação 204 Policiais Federais e 10 servidores do Previdência Social, para cumprir 21 mandados de prisão temporária e 38 mandados de busca e apreensão contra servidores públicos, médicos peritos da Previdência Social, advogados, agenciadores e beneficiários que buscavam os serviços dos grupos criminosos.

Também serão cumpridas ordens de bloqueio de contas bancárias, seqüestro de imóveis e veículos automotores utilizados pelos grupos criminosos, bem como a realização de perícias por junta médica da Previdência Social em segurados que participaram do esquema.

As ações são realizadas nos município de São Bernardo do Campo/SP, São Paulo/SP, Santo André/SP, Diadema/SP, Mogi das Cruzes/SP, Guareí/SP, Americana/SP, Campos do Jordão/SP, Guarujá/SP, Bertioga/SP, Santos/SP, Itanhaém/SP e Montes Claros/MG.

Bebê encontrado na lixeira passa bem


Um bebê foi encontrado na manhã de hoje, pela catadora de latinhas Judi da Silva Dias (foto), dentro de uma lixeira, no bairro Santa Efigênia, na região Leste de Belo Horizonte. De acordo com a polícia, a mulher achou o bebê dentro de uma sacola plástica e chamou uma viatura que passava no local. O recém-nascido, de acordo com os socorristas da Santa Casa, é um menino, que chegou ao hospital ainda com o cordão umbilical. O bebê pesa 2,380 quilos e aparenta estar em boas condições de saúde. A Polícia Civil investiga o caso, a partir do depoimento da mulher que encontrou a criança

Policia prende 31pessoas por tráfico de drogas

Trinta e uma pessoas foram indiciadas - 27 delas presas por força de mandados judiciais - por tráfico em vários bairros de Belo Horizonte. Ao todo, a Polícia Civil apreendeu 17 quilos de drogas. Parte da quadrilha foi apresentada ontem, na 3ª Delegacia Regional da Polícia Civil, na Região Noroeste, entre eles um homem identificado como André Luiz de Paula Azevedo, o «Amarelo», apontado como líder do grupo.
As investigações, que começaram há mais de um ano, foram comandadas pelo delegado Thiago de Lima Machado, que preside inquéritos instaurados contra as 31 pessoas. Elas são acusadas de tráfico de drogas na favela Suvaco de Cobra, nos bairros Jardim Alvorada e Serrano, na Região Noroeste, e Nova Cachoeirinha, na Região Norte. A base das ações do grupo era o aglomerado Aldeia, no Nova Cachoeirinha, onde a maioria dos integrantes foi presa. Os mandados foram cumpridos entre o dia 18 de abril e a última quinta-feira.
Em várias ações, além dos 17 quilos de drogas, a polícia apreendeu cinco armas semi-automáticas, duas motocicletas e quatro automóveis, veículos que seriam usados pelos integrantes da quadrilha para transporte de entorpecentes e armas entre várias regiões de Belo Horizonte.
Na operação, denominada Russo, foram presos também Marcelo Moura dos Santos, apontado como um dos traficantes mais ativos da capital, que era procurado pela Justiça, e Wellington de Melo Ferreira, o «Leleto», acusado também de roubos a agências bancárias. A Polícia Civil divulgou lista com 29 nomes, incluindo três mulheres, que seriam integrantes da quadrilha, que atuava há mais de dois anos na cidade

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

MG tem mais de 54mil candidatos na eleiçao

O TRE de Minas está em um esforço concentrado para julgamento dos recursos de registro de candidatura, já que o prazo estabelecido pelo Calendário Eleitoral termina amanhã. Dos 2.405 recursos de registro de candidatura que deram entrada, de 1º de julho a 4 de setembro, 2.172 já foram julgados. Minas Gerais já tem 54.611 candidatos aptos a disputar a eleição, pouco abaixo de São Paulo, com 59.181 candidatos. No caso das renúncias, esse quesito totaliza, no Estado, 1.114 (20 candidatos a prefeito, 60, a vice-prefeito e 1.034, a vereador).
Esses números foram anotados, na sessão da Corte Eleitoral, pelo procurador regional eleitoral, José Jairo Gomes, que destacou, ainda, que Minas tem mais de 150 candidatas aptas a disputar a eleição para prefeito, demonstrando, proporcionalmente, maior participação do sexo feminino no pleito em Minas, quando comparado a outros estados da Federação. Dos 54.611 candidatos aptos no momento (dado que pode ser alterado com renúncias, falecimentos e indeferimentos), 2.044 são a prefeito, 2.087 a vice-prefeito e 51.259 a vereador, segundo a estatística de candidatura do TSE. Com relação a falecimentos, um candidato a prefeito e 17 a vereador faleceram. Dentre os recursos de candidatura, os casos que chegaram ao TRE se referem, principalmente, à falta de quitação eleitoral (621), analfabetismo (403), rejeição de contas de administradores públicos(100), vida pregressa (“ficha suja” -376) e condenação criminal transitada em julgado (30).


Jô avalia Lula como magistrado em BH

A candidata a prefeita, Jô Moraes (PCdoB), avaliou ontem que o presidente Lula teve uma «atitude de magistrado» em sua passagem por BH para participar do 7º Festival do Lixo e Cidadania. «Era isso o que ele teria que fazer para que o processo eleitoral, aqui, não fosse atropelado por situações de constrangimento que as pessoas ou líderes políticos pudessem criar para o presidente Lula», afirmou, ontem, antes de caminhada pela avenida Afonso Pena (Centro de BH). Jô disse que não apenas concordou como fez um apelo ao Cerimonial da Presidência nesse sentido. A vinda de Lula a Belo Horizonte, segundo ela, foi muito importante, porque deu visibilidade a «algo fundamental» como a inclusão dos catadores de papel. Ela disse que a presença de Lula não poderia ser «mais oportuna» para valorizar uma iniciativa que começou com o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, e que deve continuar.
A candidata disse que o fato de o prefeito Fernando Pimentel (PT) e o governador Aécio Neves (PSDB) terem vindo juntos com Lula de Brasília, «em hipótese alguma», trouxe prejuízos para sua campanha. «Imagem por imagem, eu estive com o presidente Lula na última reunião do Conselho Político. Nós não tivemos imagem. Eu não preciso de imagem. Eu preciso é demonstrar para a sociedade que a minha convivência com ele é de muito tempo. Eu e o meu partido somos integrantes desta aliança desde 1989. Eu não preciso de imagens de agora. A história e o tempo já demonstram a relação que a gente sempre teve com o presidente», afirmou.
Jô afirmou que toda pesquisa deve ser vista com respeito, mas compreendida como um retrato do momento. Ela ressalva que os percentuais dos institutos de pesquisa foram variados de 30%, 40% e 57% para o seu principal adversário em função de «métodos diferenciados». Neste intervalo, a candidata foi interrompida várias vezes por pessoas, que circulavam pela Praça 7, declarando seu apoia a ela, e saiu-se com essa: «Olha os 40%!». E aproveitou para acrescentar que a eleição não está decidida: «Isto não existe. É preciso compreender que a fotografia do momento corresponde a uma absurda exposição de mídia que apresentou mais os padrinhos do que o candidato. É natural, e a gente esperava um crescimento. O percentual é que continuo chamando de um fenômeno meteórico eleitoral nunca antes visto na história deste país, como diria o presidente Lula». E concluiu: «Eu continuo pedindo aos meus amigos, cientistas políticos para estudar». Jô deixou a Praça 7 e fez corpo-a-corpo pela avenida Afonso Pena até a esquina com a Rua da Bahia, onde fica seu comitê pedindo votos, sendo sempre abordada pelas pessoas durante o trajeto.

Lacerda descarta enxugamento em BH

Apoiado pelo governador Aécio Neves (PSDB), o candidato à PBH, Marcio Lacerda (PSB), descartou, ontem, a hipótese de, se eleito, promover um choque de gestão, com enxugamento de secretarias e cargos, além de redução de salários, uma das principais bandeiras do Governo mineiro. Apesar de destacar que a administração municipal está bem administrada, o candidato não descartou a hipótese de criar cargos e secretarias depois de um levantamento sobre a necessidade de se tomar esta medida. Lacerda falou sobre o assunto ao ser questionado sobre qual medida tomaria, a exemplo de Aécio, que enxugou a máquina, ou como fez Pimentel, que criou cargos.
A declaração do candidato do PSB, contra cortes na PBH, foi dada na manhã de ontem, Barreiro (Oeste). Lacerda e seu vice, o deputado estadual petista Roberto Carvalho, se encontraram com padres e seminaristas da Forania São Paulo da Cruz, na Casa dos Agostinianos.
No entanto, na noite de ontem, em debate no CREA-MG, ele descartou que haja alguma proposta de choque de gestão. ½Não tem nenhuma conversa de choque de gestão. É preciso aprimorar a gestão”, disse. ½Pode ser que esteja sobrando (pessoal) de um lado e faltando de outro, e a gente tem que chegar e analisar”, completou.
Entre as promessas feitas pelo candidato, depois de ouvir uma exposição sobre os movimentos sociais locais, estava a de se comprometer, casos seja eleito, em atuar em parceria com a comunidade da região. ½Procuro sempre buscar o caminho do entendimento para o benefício de todas as classes sociais. Por isso, peço que me passem as demandas da região”

Mônica faz alerta contra queimadura, que vitima 43 crianças por dia

Esfomeada como ela só, Magali corre para a cozinha e vai direto para o fogão, onde está sendo preparada uma guloseima. Como a tampa do forno está quente, ela solta de uma vez, e a panela que está sobre as trempes vai ao chão. Quase que Magali e Mônica são queimadas pela calda quente. Ainda bem que Anjinho estava por perto e evitou o acidente. O final da história em quadrinhos «Perigo na Cozinha», criada por Maurício de Sousa, em campanha de prevenção a queimaduras, tem final feliz, sem feridos. É diferente do que ocorre com cerca de cem pessoas atendidas diariamente no Setor de Queimados do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS). Dessas, 43% são crianças com até dez anos.
A cozinha é o local onde ocorrem 80% dos acidentes com os pequenos, conforme dados da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Foi nesse espaço que Ruan Pablo de Jesus, de dois anos e sete meses, se machucou. «Ele foi mexer no fogão a lenha, puxou a gavetinha e a brasa caiu na cabeça dele. Quando cheguei, o cabelinho dele estava pegando fogo», relata a mãe, a bordadeira Geisilene Aparecida de Jesus, 25 anos. O menino sofreu queimaduras de segundo e terceiro graus em 18% do corpo e teve que fazer enxertos nas mãos e cabeça. Ruan está no HPS desde 14 de agosto. A mãe diz que vai ficar mais alerta.
A empregada doméstica Jacqueline da Silva, 20 anos, mãe de Lara Mariana, 1, também orienta os pais a terem mais atenção e se informar sobre os procedimentos básicos em queimaduras. «Se eu tivesse informações, poderia ter ajudado mais a minha filha», acredita. Lara se queimou ao pisar em brasas de fogueira feita pelo tio em casa para queimar folhas secas.
Os dramas vividos pelos pacientes que chegam ao HPS despertaram representantes da sociedade civil e do poder público a lançarem uma campanha de prevenção que, realmente, atingisse crianças. A idéia foi do empresário catarinense Guido Bretzke, 40 anos, que, há dez meses, sofreu queimaduras quando participava de coquetel em Nova Lima. Durante o tratamento na capital, ele conheceu o Setor de Queimados do João XXIII, considerado o maior da América Latina.
«Comecei a pensar em como transformar o que tinha acontecido comigo em uma coisa para o bem», lembra. Foi aí que conversou com amigos empresários para lançar a campanha. A idéia chegou até Maurício de Sousa, que criou a cartilha «Prevenindo Queimaduras» e doou os direitos autorais para a iniciativa. A Fhemig foi uma das parceiras do projeto e, por isso, Minas Gerais será o primeiro estado a distribuir a revista para alunos do Ensino Fundamental.
O lançamento dos exemplares foi realizado ontem, no Palácio da Liberdade, pelo governador Aécio Neves (PSDB). A solenidade contou até com a presença de Mônica, Cebolinha, do coelho Sansão e do cirurgião plástico Paulo Nishimura, que se transformou em um dos personagens da cartilha, o «doutor Meximuda». Maurício de Sousa disse que o tema da prevenção a queimaduras será colocado em todas as edições, no meio das histórias.
O chefe do Setor de Queimados do hospital, o médico Carlos Eduardo Guimarães, observa que a campanha deve se estender a todos os estados. De acordo com o presidente da Fhemig, Luís Márcio Araújo, o paciente queimado requer longa permanência hospitalar _ em média, 15 dias _ e um alto custo para o tratamento. «Tem casos que chegam a até R$ 34 mil».

Corretor assassinado no Gutierrez

Moradores da Rua Marechal Hermes e suas imediações, no Bairro Gutierrez, na Região Oeste da capital, ficaram indignados com o assassinato do corretor de imóveis Edson Yoshiaki Sumita, de 48 anos, funcionário da Casa Grande Imóveis, assassinato com um tiro no peito no interior do estande de vendas do prédio Palazzo Barberini, em obras no número 115 daquela rua. Ele foi morto durante uma suposta tentativa de roubo, provavelmente por dois homens que invadiram o local para levar sua moto Suzuki, que continuou estacionada em frente. Os dois fugiram a pé em direção à Avenida André Cavalcanti.
«Sofremos com a falta de policiamento. Antigamente haviam várias viaturas percorrendo as ruas. Hoje ficam somente na parte mais comercial e, por isso, movimentada do bairro. Meu filho já foi roubado quatro vezes, uma delas à noite», contou a dona de casa Kátia Magela, de 47 anos, que mora no quarteirão abaixo do prédio em construção. Um outro corretor de imóveis, que pediu para ser identificado, também morador da Marechal Hermes, acredita que os assassinos sejam os mesmos que tentaram roubar seu carro, um Palio Weekend, na semana passada. «Só não conseguiram porque o sistema de alarme travou o motor», contou.
A polícia acredita que os dois homens possam ser os mesmos que roubaram uma corretora que estava de plantão no mesmo estande, no mês passado. «Desta vez possivelmente queriam levar a moto do corretor, que estava em frente ao estande. Seus colegas de serviço contaram que ele não aceitava este tipo de confronto e teria reagido ao assalto», contou o sargento Webert Menezes Pereira, do 22º Batalhão, que atendeu a ocorrência. Edson Sumita foi morto com um tiro, que acertou seu coração, possivelmente de calibre 32, uma arma pouco usada atualmente.
A única testemunha foi um lavador de carros, que escutou o tiro e viu os dois homens morenos, um deles vestido com camisa amarela da Seleção Brasileira, correr de dentro do estande e seguirem em direção à Av. André Cavalcanti. O assassinato em área nobre da cidade fez o delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, sair de seu gabinete para acompanhar as primeiras investigações

Moça fuzila rapaz em desputa pelo tráfico

Crianças e adolescentes enamoradas pelo tráfico, grávidas e no centro de disputas violentas pelos pontos de distribuição de entorpecentes. Uma realidade do submundo do crime nas áreas mais pobres de Belo Horizonte que terminou com a morte de um jovem de 18 anos e uma criança ferida por tiros, na noite dessa quarta-feira, no Bairro Horto, Região Leste.
Dois suspeitos foram presos, inclusive a suposta matadora, de apenas 15 anos. Um terceiro ainda é procurado. Segundo testemunhas, os assassinos estavam numa moto vermelha, pilotada por um homem, traficante do Bairro Sagrada Família, na mesma região. Na garupa, uma mulher de jaqueta de couro com uma arma. Ela tinha cobertura de outro homem, num automóvel Tipo azul, que vinha logo atrás.
O jovem Rodrigo Rodrigues Pereira, conhecido como «zóio», de 18 anos, estava na porta de uma residência na Avenida Gustavo da Silveira. Conversava com quatro menores, sendo duas delas ex-namoradas, L., de 11 anos, e G., 15 anos, grávida de 8 meses, supostamente dele. A via é cercada por duas ativas bocas de fumo, uma próxima à Avenida Silviano Brandão e outra na Rua São Joaquim. Morador do Bairro Lar de Minas, em Vespasiano, na Grande BH, o rapaz, segundo a Polícia Militar, estava envolvido na distribuição e consumo de tóxicos daquela área, que é rival do Bairro Sagrada Família.
Testemunhas relataram que, por volta das 22 horas, a moto vermelha e o automóvel azul estacionaram bruscamente na frente da turma. A mulher de jaqueta saltou da garupa e sacou uma pistola. Imediatamente Zóio se levantou e entrou na frente da grávida, com os braços abertos. «Ele gritou para a gente: ’Corre que eles vão atirar’», lembrou a gestante G.. Assustado, o grupo dispersou correndo em todas as direções. A matadora começou a disparar de curta distância contra o jovem. O corpo dele ainda caía quando a pistoleira voltou sua arma para a criança de 11 anos e atirou, atingido-a na panturrilha direita. Toda ação durou menos de 30 segundos e terminou com a fuga dos assassinos.
Ferida, a menina foi pulando numa só perna até sua casa. «Mãe, ganhei um tiro», exclamou ao entrar em casa. A mãe dela não acreditou ao ver o ferimento que transfixou a perna fina da filha de 11 anos. «Minha mãe duvidou. Achou que alguém tivesse me encostado. Chegou gente do bairro me chamando para ir para o hospital. O Zóio tinha morrido», contou a menina. Tanto ela quanto a adolescente gestante, de 15 anos, negaram o relacionamento amoroso com o rapaz, mas admitiram saber que ele consumia e distribuía drogas. «Não vou mais ficar zuando na rua. Podia ter morrido com este tiro. Foi um susto. Ainda não acredito», afirmou L..
De acordo com vizinhos, o jovem ficava perambulando pela rua, conversando com a vizinhança em meio ao tráfico. O romance de Rodrigo com as duas menores era de conhecimento de muitos vizinhos. «Ele ficava com elas e engravidou a mulher de um bandidão lá do Coração Eucarístico também» disse um jovem, que pediu para não ter o nome revelado por temer por sua segurança. «Trabalho justamente naquele bairro, no meio da guerra dos traficantes. A situação aqui está preta. O tráfico dominando e impõe o medo», disse.
Por volta das 12 horas de ontem, entre os dois bairros, a PM conseguiu capturar dois suspeitos de terem disparado contra o grupo. Foram detidos Rafael Augusto Duarte, o «Ferrugem», de 18 anos, que seria o motociclista, e sua namorada, de 15 anos, reconhecida como a atiradora. Marco Lima Garcia, vulgo «Sic», também é procurado. De acordo com o capitão Anderson Sales, do 16º Batalhão da PM, Ferrugem assumiu o crime. «Disse que foi ele quem matou o Zóio, por causa de uma disputado do tráfico». Os dois rapazes têm passagens na polícia por porte de arma, em 2005 e 2006, além de tráfico de drogas, em 2007.

UFMG téra mais 1.236 vagas para o Vestibular 2009

O vestibular 2009 da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) contará com 1.236 novas vagas, tendo em vista a participação da universidade no Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão da Educação Superior (Reuni), do Ministério da Educação. A maior parte das vagas, como ressaltou a assessora especial da UFMG para o Reuni, Ana Starling, será para Ciências Humanas (cerca de 200) e Engenharia (180). Outra novidade são as 160 vagas para Ciências Agrárias, no campus de Montes Claros.
A proposta do Reuni, no caso da UFMG, proporcionou a oferta de 14 novos cursos e a expansão de vagas em outros 16, representando um aumento de 1.236 novas vagas no vestibular 2009. Vale ressaltar que, neste vestibular, as inscrições estão sendo realizadas exclusivamente pela internet, até 12 de setembro de 2008.
Ao todo, as universidades federais do país contarão com aproximadamente 44.300 vagas. Para o próximo ano serão 226.168 mil vagas, sendo que, em Minas Gerais, o número subirá 45%. As 11 universidades mineiras passarão de 21.073 vagas para 30.557. O maior número será da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com 1.575, somando 4.540 no total. De acordo com o reitor da universidade, Arquimedes Diógenes Ciloni, serão 770 para o próximo ano, 540 programadas para 2010 e 40 novas cadeiras universitárias para 2011.
O maior número de vagas (120), como enfatizou o reitor, é para o curso noturno de Sistema de Informação, seguido do curso de Relações Internacionais (80). Outra novidade é o novo turno para os cursos de Administração e Ciências Contábeis, que também passarão a ser diurno. Destaque ainda para o novo curso a ser oferecido, de Biotecnologia, com 40 vagas. «Fico orgulhoso em ser reitor numa época tão profícua para as universidades e dar continuidade num processo que lutamos desde 2001», disse Ciloni.
A Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) vem em segundo lugar, passando de 1.260 para 2.600 vagas em 2009. De acordo com o reitor Helvécio Luiz Reis, 13 novos cursos foram criados: Jornalismo, Arquitetura, Ciências da Computação, Geografia, Física, Química, Zootecnia, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica (dois turnos), Engenharia de Produção, Artes Plásticas e Teatro. Reis ainda destaca que o campus de Paraopeba terá 500 novas vagas, 200 em Sete Lagoas e 400 em Divinópolis. «Vivemos um momento especial, pois as universidades foram dadas como prioridade do governo», destaca o reitor. Ele ainda ressaltou que o número de professores deverá subir de 200 para 702, nos próximos anos.

Bancário é preso acusado de pedofilia

O bancário aposentado Leonardo José Batista, 53 anos, solteiro, natural de Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, foi preso em flagrante pela Polícia Federal no último dia 3 por prática de pedofilia (abuso sexual de menores) em um apartamento na Rua Juiz de Fora, no Barro Preto, em Belo Horizonte, durante a ½Operação Carrossel”. Os trabalhos aconteceram em 17 estados brasileiros, no Distrito Federal e em alguns países da Europa e África, onde as investigações são conduzidas pela Interpol.
As investigações da operação Carrossel já identificaram cerca de 200 pedófilos em mais de 70 países. Somente na Holanda foram identificados cerca de 100 pedófilos. Em Israel e na Grécia, os investigadores mapearam, respectivamente, 30 e 22 pessoas envolvidas com pornografia infantil. No Brasil, além da prisão em flagrante em Belo Horizonte, um suspeito também foi preso na cidade de Viamão, no Rio grande do Sul.
Ao todo foram mobilizados 650 policiais para cumprir 113 mandados de busca e apreensão. Cada equipe contou com um perito criminal especialista em informática para que a análise inicial do computador fosse realizada ainda no local da busca. Foram apreendidos computadores, discos rígidos, pen drives, cartões de memória, CDs, DVDs e todo material direta ou indiretamente, associado à prática de pedofilia.
Batista foi preso no exato momento em que recebia e repassava, via Internet, vários arquivos pornográficos mostrando crianças em atos libidinosos. Num dos arquivos, há uma menina de apenas cinco anos praticando sexo oral. Ele foi enquadrado no artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que criminaliza fotografar ou publicar cenas de sexo explícito ou pornografia envolvendo crianças e adolescentes. Se condenado, estará sujeito a uma pena de dois a seis anos de cadeia.
Conduzido à sede da Polícia Federal em Belo Horizonte, sob orientação de seu advogado, ele se recusou a responder às perguntas, se reservado o direito de só falar diante do juiz. Ele está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem.
A prisão do bancário aposentado aconteceu graças a uma nova tecnologia desenvolvida pelo Instituto de Criminalística Nacional (INC) da Polícia Federal em Brasília (DF), que permite o rastreamento de troca de arquivos com conteúdo de pedofilia.
O delegado federal José Otávio Monteiro, que comanda as investigações em Minas, informou ontem que pelo menos oito denúncias envolvendo suspeitos pela prática de pedofilia estão sendo investigadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Recém-nascido chora durante o próprio velório

O caso de um bebê morto que teria chorado e mexido as pernas durante o próprio velório gerou a abertura de sindicâncias no Hospital de Caridade de Canela, no interior do Rio Grande Sul, e no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) e de um inquérito na Polícia Civil. As investigações vão indicar se a morte foi atestada pelos médicos antes de ter ocorrido e se houve negligência no atendimento. O menino Bryan Velho Padilha nasceu às 22 horas da última terça-feira com complicações cardiológicas e respiratórias.
Por cerca de duas horas os médicos tentaram reanimá-lo, mas logo depois da meia-noite constataram que ele supostamente estava morto. Durante a madrugada, já no velório, os familiares disseram ter ouvido a criança respirar.
Além disso, ela teria movido as pernas dentro do caixão. O bebê foi levado de volta ao hospital, passou por novas tentativas de reanimação e foi declarado morto às 6 horas.
O hospital não divulgou o nome das pessoas que prestaram o atendimento, mas o administrador da instituição, José Machado, disse à imprensa gaúcha que a avaliação feita pelo corpo clínico da instituição é de que ½não houve anormalidades”.
Em sua defesa, os médicos disseram acreditar que os sons que deram idéia de respiração podem ser reflexo da grande quantidade de oxigênio usada durante as tentativas de reanimação.