sexta-feira, 5 de junho de 2009
Air France decide trocar sensores que medem velocidade de voo da sua frota de Airbus
PARIS - A Air France enviou nesta sexta-feira um memorando a seus pilotos dizendo que a companhia está trocando os instrumentos que ajudam a medir a velocidade de voo em seus jatos da Airbus. Uma das hipóteses para o acidente do voo 477, que ia do Rio de Janeiro a Paris e sumiu com 228 pessoas a bordo, é a de leitura incorreta da velocidade do aparelho.
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O memorando diz que a empresa está trocando os instrumentos, conhecidos como tubos de Pitot, e que o processo deve estar concluído em semanas. O documento não informa quando a troca vai começar.
Tubos de Pitot são tubos metálicos em forma de L, com cerca de 20 centímetros de largura no lado maior, que saem das asas ou da fuselagem do avião. A pressão do ar que entra no tubo permite que os sensores meçam a velocidade e o ângulo do deslocamento do voo, além de captar outras informações menos vitais, como a da temperatura do ar fora da aeronave. Eles são aquecidos para evitar que congelem ( Piloto refuta velocidade errada na entrada de turbulência ).
Um tubo de Pitot bloqueado ou defeituoso poderia fazer o sensor de velocidade operar incorretamente, levando o computador que controla o avião a acelerar ou desacelerar de maneira potencialmente perigosa.
A Air France não comentou sobre o documento, obtido pela Associated Press, dizendo que ele era endereçado exclusivamente aos pilotos.
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Um das teorias que poderiam explicar o acidente é a de que os sensores de velocidade congelaram-se, passando informações incorretas para os computadores do avião. O piloto automático teria então determinado que a aeronave voasse rápido ou devagar demais durante uma turbulência provocada pelas tempestades da região do acidente