terça-feira, 29 de setembro de 2009

Após três anos, 38 famílias de vítimas do voo 1907 ainda brigam por indenizações





Por Silvana Sapori
Fotos Antônio Macedo
Edição Silvana Sapori

Passados três anos do acidente com o avião da Gol --no qual 154 pessoas morreram-- 38 famílias de vítimas ainda brigam na Justiça para serem indenizadas. Nesta terça-feira, a tragédia completa três anos com a realização de uma audiência pública em Brasília, que tem como objetivo cobrar agilidade na punição dos responsáveis.
De acordo com a Associação dos Parentes e Amigos das Vítimas do Voo 1907, 116 famílias já receberam indenizações da Gol. Os valores não foram divulgados, mas segundo a assessoria da entidade, o teto indenizatório é de R$ 300 mil.
Das 38 famílias que ainda não foram indenizadas, 15 estão com processos em andamento na Justiça brasileira por discordarem do valor oferecido pela Gol.

Outras 23 famílias brigam nos Estados Unidos para que os pilotos Joe Lepore e Jan Paul Paladino, que comandavam jato Legacy, sejam julgados no país. O jato da empresa de taxi aéreo americana ExcelAire colidiu com o Boeing da Gol em 29 de setembro de 2006, provocando o acidente.

Segundo a associação de familiares, no entanto, as ações movidas no exterior ainda não têm data para serem julgadas e, portanto, não há como estimar quanto tempo levará para que os parentes das vítimas sejam indenizadas.

Indenização

Em abril deste ano, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que a Gol pagasse à família de uma das vítimas R$ 137.381,37 pelo Reta (Responsabilidade Civil de Explorador ou Transportador Aéreo), mais conhecido como seguro obrigatório, e R$ 7.292,69 por mês em forma de pensão. O valor deve ser acumulado e pago desde a morte dela e será obrigatoriamente pago de uma única vez.
Em fevereiro, a empresa fechou um acordo para pagamento de R$ 46 milhões a 45 famílias de vítimas do acidente.
À época, a Gol afirmou já ter feito acordos com familiares de 106 dos 154 passageiros do. A companhia diz que não divulga valores em atendimento a uma solicitação de confidencialidade feita pelas famílias.

Tragedia

O Boeing da Gol que fazia o voo 1907 ia de Manaus (AM) para o Rio com previsão de fazer uma escala em Brasília (DF). Ao sobrevoar a região Norte do país ele bateu em o Legacy da empresa de taxi aéreo americana ExcelAire.
Os destroços do Boeing caíram em uma mata fechada, a 200 km do município de Peixoto de Azevedo (MT). Mesmo avariado, o Legacy, que transportava sete pessoas, conseguiu pousar em segurança em uma base na serra do Cachimbo (PA).