Reporter Silvana Sapori
Após solicitação dos bancários em greve, a Fenaban ("braço" sindical da Febraban - Federação Brasileira dos Bancos) agendou hoje uma reunião com o comando nacional da categoria para a quinta-feira (1º), segundo a Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro). As partes tentarão chegar a um acordo para colocar um fim à greve da categoria, que já está no sexto dia.
Bancários de todas as unidades federativas do país seguem paralisados. O número de locais de trabalho fechados dobrou desde o início da greve, saltando de 2.881 para 5.786, segundo balanço divulgado ontem pela Contraf. O número representa cerca de 30% das agências do país.
Os trabalhadores de São Paulo, Osasco e Região decidiram, em assembleia realizada na tarde dessa segunda-feira (28), manter por tempo indeterminado a greve. Dos 134 mil trabalhadores do setor, 39 mil aderiram à paralisação em 805 locais de trabalho, segundo o sindicato dos bancários. No Rio de Janeiro, a greve fechou 75% das agências bancárias, segundo o presidente do Sindicato Municipal dos Bancários, Almir Aguiar. A Fenaban não informa dados sobre a adesão à greve.
No sábado (26), a Contraf enviou um ofício à Fenaban informando o interesse em retomar as negociações. Em nota, a federação respondeu que irá agendar uma data para seus representantes se reunirem com os bancários.
Apoio Politico
Ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, atualmente presidente do PT (Partido dos Trabalhadores), Ricardo Berzoini postou duas mensagens na rede de microblogs Twitter em defesa da mobilização dos bancários.
Na primeira postagem, ele afirmou: "os bancários mostram mais uma vez que sabem se mobilizar para defender seus direitos". Em seguida, criticou a posição dos bancos: "os bancos, novamente, não apresentaram proposta compatível com a situação do setor".
Apesar do apoio de Berzoini, Carlos Cordeiro, presidente atual do sindicato, afirma que os bancários "não vão fazer lobby" para sensibilizar o governo federal a ajudá-los nas negociações. "Isso a gente resolve na mesa de negociação", disse.
Cordeiro, no entanto, espera que o governo "dê uma resposta aos trabalhadores". "O governo é o maior acionista do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. O governo é banqueiro também. Portanto, nós queremos que o governo assuma seu papel na Fenaban", afirmou.
Como Pagar Suas Contas.
A paralisação das agências não altera as datas de vencimento de contas e dívidas. A Fenaban orienta a população a procurar as agências e, se caso estiverem fechadas, pagar as contas em casas lotéricas, supermercados, farmácias, pela internet ou por telefone. A lista com telefones e endereços de agências pelo Brasil pode ser consultada aqui.
A federação informa ainda que todos os serviços realizados fora das agências funcionarão normalmente, assim como os serviços de compensação de cheques, transferência de recursos via Documento de Ordem de Crédito (DOC) ou Transferência Eletrônica Disponível (TED), o recolhimento de depósitos e pagamentos nos caixas eletrônicos e o abastecimento de numerário desses equipamentos.