BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende cobrar responsabilidades dos prefeitos eleitos e reeleitos daqui a um mês e meio, quando reunirá todos em Brasília. Inicialmente, a reunião com os prefeitos está marcada para o dia 15 de janeiro.
Lula disse ontem que é necessário haver um “jogo combinado” no qual o prefeito de cada município será o “principal” fiscal para que as parcerias em curso sejam mantidas e até aperfeiçoadas.
A idéia do presidente durante a reunião de janeiro é centralizar as discussões nos programas sociais, nas ações de combate à dengue e nas questões de preservação do meio ambiente e fim das queimadas em 36 municípios.
Ao comentar o problema do desmatamento na Amazônia, o presidente lembrou que o maior porcentual de queimadas ocorre em poucos Estados e em 36 cidades.
“Em vez de brigar na imprensa, é melhor chamarmos o governador e prefeito para pactuar com eles e que o prefeito seja o principal fiscal”, disse o presidente. “Estou convencido de que as políticas públicas só chegarão lá na ponta se os prefeitos estiverem engajados”, afirmou Lula, em cerimônia que premiou projetos que visam o aperfeiçoamento do programa Bolsa Família.
Entre os Estados que estão no topo do ranking do desmatamento, segundo levantamento apresentado nos últimos anos pelo Ministério do Meio Ambiente, estão Mato Grosso e Pará. Os governadores Blairo Maggi (PR) e Ana Júlia Carepa (PT) são aliados do Planalto. Ana Júlia, inclusive, estava presente à solenidade.
De acordo com o presidente, é necessário que a parceria da União com os estados e municípios seja total, do contrário, há o risco de não ser bem-sucedida. “Se não tivermos uma política combinada com cada cidade, a gente não vai conseguir vencer, no tempo que nós precisamos vencer nesta parceria”. Lula disse ainda que cobrou dos 37 ministros a apresentação de um estudo sobre as parcerias estaduais e municipais que cada área mantém. A idéia é definir responsabilidades e esclarecer dúvidas.
Mais uma vez, o presidente negou a possibilidade de cortes em programas sociais em decorrência dos efeitos da crise financeira internacional. Segundo ele, a crise financeira não será obstáculo para a manutenção das ações do governo. O presidente da República disse que não haverá corte no orçamento para programas como o Bolsa Família e também para as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
“Companheiros, estejam seguros de que, se tiver uma crise mais forte, a gente pode até não aumentar o benefício. Mas podem ter certeza que não haverá crise no mundo que me faça tirar um centavo dos pobres”.
Antes de inciar seu discurso, o presidente da República voltou a pedir um minuto de silêncio pelas vítimas das enchentes em Santa Catarina. Lula disse que o governo tomou algumas medidas para evitar os efeitos da crise no País, como a liberação de compulsório para garantir o crédito, incentivo para a construção civil, garantias de capital de giro para pequenas e médias empresas e aumento do financiamento para a compra de automóvel.
Ainda na defesa dos programas sociais mantidos pelo governo federal, Lula disse que cada centavo investido em ações como o Bolsa Família, o governo está transferindo R$ 1 para que as pessoas sejam cidadãs