presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou hoje, após encontro como presidente russo, Dmitry Medvedev (foto), que Brasil, Rússia, Índia e China, países que formam o chamado Bric, podem sair fortalecidos da crise global. "Esta crise, que nasceu no seio dos países ricos, é uma oportunidade para os países em desenvolvimento, que são responsáveis por 75% do atual crescimento mundial. Não deixem permitir que a crise prejudique nosso crescimento econômico, geração de empregos e distribuição de renda", disse Lula após assinatura de memorandos de entendimento e de cooperação técnica com a Rússia. "Por isso, Rússia e Brasil junto com outros países, sobretudo China e Índia, temos condições de tirarmos desta crise não lágrimas, mas oportunidades de fazer com que as nossas parcerias sejam mais fortes." Os dois presidentes reforçaram que a parceria entre Brasil e Rússia precisa deixar de ser exclusivamente de commodities e passar a incluir produtos com maior valor agregado. "Desde 2003, as relações bilaterais mais que triplicaram. Em setembro, superamos US$ 6 bilhões, mas nossos fluxos comerciais podem e devem crescer mais. Queremos expansão em tecnologia, indústria e petróleo", afirmou Lula. Medvedev falou em elevar o comércio bilateral de US$ 6 bilhões para US$ 10 bilhões, mas sem fixar prazo. Lula disse que existe um "elo inquebrantável" entre os dois países e afirmou que ambos são contra o protecionismo comercial. "Precisamos reativar a economia real e evitar tentações protecionistas. Por isso, trabalhamos pela conclusão da Rodada de Doha", disse Lula, destacando que a adesão da Rússia à Organização Mundial de Comércio vai tornar a instituição mais representativa. Lula defendeu mais uma vez a reformulação da ONU e agradeceu à Rússia o apoio ao pleito do Brasil por um assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas. "Nossos países concordam com a necessidade urgente de reforma das Nações Unidas. Ampliar o seu Conselho de Segurança é indispensável para garantir a representatividade e eficácia", disse Lula.