quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Para Lula, países do Bric podem sair fortalecidos da crise


presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou hoje, após encontro como presidente russo, Dmitry Medvedev (foto), que Brasil, Rússia, Índia e China, países que formam o chamado Bric, podem sair fortalecidos da crise global. "Esta crise, que nasceu no seio dos países ricos, é uma oportunidade para os países em desenvolvimento, que são responsáveis por 75% do atual crescimento mundial. Não deixem permitir que a crise prejudique nosso crescimento econômico, geração de empregos e distribuição de renda", disse Lula após assinatura de memorandos de entendimento e de cooperação técnica com a Rússia. "Por isso, Rússia e Brasil junto com outros países, sobretudo China e Índia, temos condições de tirarmos desta crise não lágrimas, mas oportunidades de fazer com que as nossas parcerias sejam mais fortes." Os dois presidentes reforçaram que a parceria entre Brasil e Rússia precisa deixar de ser exclusivamente de commodities e passar a incluir produtos com maior valor agregado. "Desde 2003, as relações bilaterais mais que triplicaram. Em setembro, superamos US$ 6 bilhões, mas nossos fluxos comerciais podem e devem crescer mais. Queremos expansão em tecnologia, indústria e petróleo", afirmou Lula. Medvedev falou em elevar o comércio bilateral de US$ 6 bilhões para US$ 10 bilhões, mas sem fixar prazo. Lula disse que existe um "elo inquebrantável" entre os dois países e afirmou que ambos são contra o protecionismo comercial. "Precisamos reativar a economia real e evitar tentações protecionistas. Por isso, trabalhamos pela conclusão da Rodada de Doha", disse Lula, destacando que a adesão da Rússia à Organização Mundial de Comércio vai tornar a instituição mais representativa. Lula defendeu mais uma vez a reformulação da ONU e agradeceu à Rússia o apoio ao pleito do Brasil por um assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas. "Nossos países concordam com a necessidade urgente de reforma das Nações Unidas. Ampliar o seu Conselho de Segurança é indispensável para garantir a representatividade e eficácia", disse Lula.