quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Médico é acusado de tráficar remédio

O psiquiatra Bruno Moura Ricardo foi preso e autuado em flagrante, suspeito de liderar um esquema de comercialização ilegal de remédios controlados, que teriam sido obtidos por meio de roubos de cargas em estradas ou contrabando do Paraguai e renderiam R$ 6 milhões anuais, com sua venda e sonegação fiscal. A Polícia Civil prendeu também uma mulher identificada como Valéria Rodrigues Gonçalves e ouviu em cartório Sandra Maria Eufrásio. Elas são gerentes de duas farmácias que foram lacradas pela Secretaria de Estado da Fazenda. Também foi fechado um depósito clandestino, no Barreiro, da firma de fachada ARN Comércio Ltda, onde foram apreendidas 1.150 caixas de remédios de tarja preta, na maioria ansiolíticos e psicotrópicos .O auditor fiscal da Receita Estadual Ricardo Alves de Souza afirmou que o médico, as duas mulheres e, possivelmente, outros suspeitos mantinham o depósito clandestino na Rua Visconde de Ibituruna, 211, nas salas 305 e 306, onde estava armazenada a mercadoria sem procedência comprovada. Segundo ele, o medicamento pode ter sido obtido em roubos de cargas em rodovias estaduais e federais de Minas Gerais. A origem desses remédios ainda não foi confirmada pela polícia, mas o delegado Antônio Carlos Faria não descarta a possibilidade de que tenham sido contrabandeados do Paraguai e que parte possa ser falsificada.A mercadoria será objeto de exames especiais, e o psiquiatra Bruno Moura Ricardo e as gerentes Sandra Maria Eufrá´sio e Valéria Rodrigues Gonçalves estão respondendo por sonegação de impostos, na área fiscal, e por formação de quadrilha e contrabando, na área policial. Se forem condenados, em julgamentos, poderão ser condenados a mais de 12 anos de prisão.A polícia fechou a Call Farma, na Rua Visconde de Ibituruna, e a Dell Fharma, na Rua Monteiro Lobato, 286, no Bairro Ouro Preto, na Região da Pampulha. No depósito, havia um pequeno esconderijo, que seria o refúgio utilizado pelo médico para se esconder e não ser visto. As duas farmácias teriam sido abertas com nomes de fachada, conhecidos como “laranjas”.Informações divulgadas pela Delegacia Especializada de Investigações de Fraudes indicar que os envolvidos no caso estocavam os remédios no depósito clandestino do Barreiro, de onde era feito o abastecimento das duas farmácias. A polícia suspeita que outros estabelecimentos similares estariam sendo abastecidos com esses remédios. Notas fiscais confeccionadas a pedido dos implicados eram usadas em muitas transações que pareciam legais. Segundo a polícia, a comercialização dos medicamentos ilegais renderia cerca de R$ 3 milhões por ano para os suspeitos, além de aproximadamente R$ 3 milhões com a sonegação de impostos estaduais e outras obrigações que deixaram de pagar, desde que começaram a atuar. O médico responde a processos na área cível e está recolhido em local que a polícia não confirmou. O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais informou que o registro do psiquiatra na entidade é legal. A polícia não descarta a possibilidade haver mais envolvidos