SÃO PAULO - A Polícia Civil apresentou na tarde de ontem o suspeito de ter matado o ganhador do prêmio da Mega-Sena Altair Aparecido dos Santos, de 43 anos, na cidade de Limeira (151 km de São Paulo). O crime teria acontecido durante uma tentativa de assalto à residência da vítima.
De acordo com João Batista Vasconcelos, delegado de homicídios de Limeira, o suspeito, Diego Sebastião dos Santos, 21 anos, foi preso na segunda-feira, mas não foram divulgados os detalhes da investigação que levou à prisão.
Segundo o delegado, o jovem confessou ter invadido a casa de Altair, no condomínio Portal das Flores, no dia 16 de novembro, para praticar um roubo. O suspeito afirma que a vítima reagiu com um cabo de vassoura e por isso foi baleado no peito.
Altair chegou a ser socorrido pela mulher e por vizinhos que ouviram o disparo. Ele foi encaminhado à Santa Casa de Limeira, onde morreu.
De acordo com a polícia, Diego era foragido da penitenciária Ataliba Nogueira, na cidade de Campinas (SP), onde cumpria pena por outros roubos. O suspeito está detido na sede da delegacia seccional de Limeira.
Durante as investigações da morte de Altair, a viúva da vítima apontou como possível suspeito Dogival Bezerra de Oliveira, 51 anos, conhecido como “Chaveiro”.
Segundo ela, Oliveira teria ameaçado a vítima por não ter recebido o mesmo valor que os outros participantes de um bolão que rendeu o prêmio de R$ 16 milhões em 2007.
Outras 13 pessoas entraram no bolão e os 14 dividiram o prêmio de R$ 16 milhões. O grupo se reunia em um bar e costumava apostar semanalmente. Cada um apostou R$ 5.
Na época, dois amigos que ficaram de fora do bolão entraram na Justiça na tentativa de receber parte do prêmio. Em meio à disputa judicial, o grupo de ganhadores concordou em pagar uma parcela menor aos dois que ficaram de fora.
Oliveira prestou depoimento e negou envolvimento com o crime e disse que “jamais mataria alguém”. Aos policiais ele disse que na noite do crime havia saído com a mulher e com a neta para comer um lanche.
Santos foi baleado em sua casa, no condomínio Portal das Flores, no momento em que apagava as luzes do imóvel, após um churrasco. O disparo foi ouvido pela mulher dele.
Durante as investigações, a polícia constatou que o local do crime foi lavado. Em depoimento, a mulher de Santos afirmou que uma amiga da família limpou as manchas de sangue para não assustar o filho de oito anos de Silva.
O delegado informou que agora serão tomados os procedimentos de praxe, para o indiciamento do assassino. Segundo a legislação brasileira, o acusado Diego Sebastião dos Santos pode pegar até 30 anos de cadeia por latrocínio, que é o roubo seguido de morte da vítima. Ainda não há previsão para o julgamento.