quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Minas confirma 12 Morte de gripe suina

Reporter: Silvana Sapori
Edição: Fabiola Menezes

Subiu de sete para 12 o número de mortes em Minas provocadas pela gripe suína. É o terceiro óbito no Estado de grávida confirmado por exames realizados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro. A vítima é uma mulher de 27 anos, de Viçosa, na Zona da Mata, que morreu no dia 4 de agosto. Os médicos conseguiram salvar o bebê. No domingo morreu no Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte, a empresária Valquíria Melo do Carmo, 26 anos. O filho dela também foi salvo e não tem o vírus H1N1.
“Os médicos demoraram a descobrir que a minha filha estava com gripe suína. Se ela tivesse tomado o antiviral (Tamiflu) desde o início estaria viva”, desabafou a dona-de-casa Marli Antônio de Melo, 57 anos, mãe de Valquíria, enterrada no último domingo no Parque Renascer, em Contagem. Ela foi internada no dia 26 de julho no Hospital Mater Dei e, dois dias após, teve piora no seu estado de saúde. A direção do Hospital Mater Dei garantiu que a empresária recebeu toda atenção da equipe médica. A criança recebeu alta no dia 1º de agosto e não apresentou sintomas da doença. A criança está com o pai.
Das 12 mortes confirmadas em Minas, quatro são da Região Metropolitana de Belo Horizonte e quatro do Triângulo Mineiro. São sete mulheres e cinco homens que morreram por causa das complicações da doença. Balanço da Secretaria de Estado de Saúde (SES) revela que subiu de 46 para 62 o número de óbitos suspeitos da enfermidade. Cinco são em crianças.
A Justiça Federal em Minas deve analisar hoje pedido da Defensoria Pública da União para obrigar o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas a fornecer o antiviral Tamiflu para todas as pessoas com os sintomas da doença. O medicamento só está sendo liberado para grávidas e pessoas em estado grave. Em Minas, o estoque do Tamiflu é de 26 mil caixas. A SES pediu ao Ministério da Saúde mais 500 mil tratamentos, mas até agora não recebeu resposta.
A Justiça do Trabalho em Minas determinou, na última sexta-feira, o afastamento de todas as grávidas que trabalham em 17 hospitais de Belo Horizonte. A associação e o sindicato dos hospitais particulares do Estado considera a medida ilegal e orientou os seus associados a entrar com recurso para tentar derrubar a decisão. As duas entidades alegam que o afastamento pode comprometer o atendimento aos pacientes e que as gestantes foram afastadas do atendimento ao público para garantir aumento de casos.
O Ministério da Saúde adiou para hoje a divulgação do boletim com o número de mortes provocadas pela gripe suína. Com as confirmações feitas ontem pelas secretarias estaduais de saúde, já chega a 510 o número de óbitos. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, o Tamiflu só é recomendado por indicação médica para evitar a automedicação e a resistência do antiviral.
Em Barretos, onde acontece a tradicional Festa do Peão de Boiadeiro, a Secretaria Municipal de Saúde confirmou, na última segunda-feira, a primeira morte pela nova gripe na cidade, que deve receber 800 mil pessoas até o próximo domingo. Além da morte, a cidade teve mais um caso de contaminação confirmada pelo vírus Influenza A.
Não vai haver alteração do esquema especial montado para atender e prevenir a nova gripe durante a festa. Há dois postos médicos para o atendimento de casos suspeitos no Parque do Peão. Recipientes com álcool em gel foram instalados em vários pontos do local.
Já na Austrália, no Estado de Queensland, uma terceira fazenda de criação de porcos foi colocada em quarentena ontem pela suspeita de gripe A H1N1. Há o temor de que a influenza A possa sofrer mutações e então atingir os humanos mais gravemente. Segundo autoridades de saúde, a gripe A H1N1 em porcos não afeta os produtos derivados do animal.