O bancário aposentado Leonardo José Batista, 53 anos, solteiro, natural de Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, foi preso em flagrante pela Polícia Federal no último dia 3 por prática de pedofilia (abuso sexual de menores) em um apartamento na Rua Juiz de Fora, no Barro Preto, em Belo Horizonte, durante a ½Operação Carrossel”. Os trabalhos aconteceram em 17 estados brasileiros, no Distrito Federal e em alguns países da Europa e África, onde as investigações são conduzidas pela Interpol.
As investigações da operação Carrossel já identificaram cerca de 200 pedófilos em mais de 70 países. Somente na Holanda foram identificados cerca de 100 pedófilos. Em Israel e na Grécia, os investigadores mapearam, respectivamente, 30 e 22 pessoas envolvidas com pornografia infantil. No Brasil, além da prisão em flagrante em Belo Horizonte, um suspeito também foi preso na cidade de Viamão, no Rio grande do Sul.
Ao todo foram mobilizados 650 policiais para cumprir 113 mandados de busca e apreensão. Cada equipe contou com um perito criminal especialista em informática para que a análise inicial do computador fosse realizada ainda no local da busca. Foram apreendidos computadores, discos rígidos, pen drives, cartões de memória, CDs, DVDs e todo material direta ou indiretamente, associado à prática de pedofilia.
Batista foi preso no exato momento em que recebia e repassava, via Internet, vários arquivos pornográficos mostrando crianças em atos libidinosos. Num dos arquivos, há uma menina de apenas cinco anos praticando sexo oral. Ele foi enquadrado no artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que criminaliza fotografar ou publicar cenas de sexo explícito ou pornografia envolvendo crianças e adolescentes. Se condenado, estará sujeito a uma pena de dois a seis anos de cadeia.
Conduzido à sede da Polícia Federal em Belo Horizonte, sob orientação de seu advogado, ele se recusou a responder às perguntas, se reservado o direito de só falar diante do juiz. Ele está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem.
A prisão do bancário aposentado aconteceu graças a uma nova tecnologia desenvolvida pelo Instituto de Criminalística Nacional (INC) da Polícia Federal em Brasília (DF), que permite o rastreamento de troca de arquivos com conteúdo de pedofilia.
O delegado federal José Otávio Monteiro, que comanda as investigações em Minas, informou ontem que pelo menos oito denúncias envolvendo suspeitos pela prática de pedofilia estão sendo investigadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte.