O TRE de Minas está em um esforço concentrado para julgamento dos recursos de registro de candidatura, já que o prazo estabelecido pelo Calendário Eleitoral termina amanhã. Dos 2.405 recursos de registro de candidatura que deram entrada, de 1º de julho a 4 de setembro, 2.172 já foram julgados. Minas Gerais já tem 54.611 candidatos aptos a disputar a eleição, pouco abaixo de São Paulo, com 59.181 candidatos. No caso das renúncias, esse quesito totaliza, no Estado, 1.114 (20 candidatos a prefeito, 60, a vice-prefeito e 1.034, a vereador).
Esses números foram anotados, na sessão da Corte Eleitoral, pelo procurador regional eleitoral, José Jairo Gomes, que destacou, ainda, que Minas tem mais de 150 candidatas aptas a disputar a eleição para prefeito, demonstrando, proporcionalmente, maior participação do sexo feminino no pleito em Minas, quando comparado a outros estados da Federação. Dos 54.611 candidatos aptos no momento (dado que pode ser alterado com renúncias, falecimentos e indeferimentos), 2.044 são a prefeito, 2.087 a vice-prefeito e 51.259 a vereador, segundo a estatística de candidatura do TSE. Com relação a falecimentos, um candidato a prefeito e 17 a vereador faleceram. Dentre os recursos de candidatura, os casos que chegaram ao TRE se referem, principalmente, à falta de quitação eleitoral (621), analfabetismo (403), rejeição de contas de administradores públicos(100), vida pregressa (“ficha suja” -376) e condenação criminal transitada em julgado (30).
Jô avalia Lula como magistrado em BH
A candidata a prefeita, Jô Moraes (PCdoB), avaliou ontem que o presidente Lula teve uma «atitude de magistrado» em sua passagem por BH para participar do 7º Festival do Lixo e Cidadania. «Era isso o que ele teria que fazer para que o processo eleitoral, aqui, não fosse atropelado por situações de constrangimento que as pessoas ou líderes políticos pudessem criar para o presidente Lula», afirmou, ontem, antes de caminhada pela avenida Afonso Pena (Centro de BH). Jô disse que não apenas concordou como fez um apelo ao Cerimonial da Presidência nesse sentido. A vinda de Lula a Belo Horizonte, segundo ela, foi muito importante, porque deu visibilidade a «algo fundamental» como a inclusão dos catadores de papel. Ela disse que a presença de Lula não poderia ser «mais oportuna» para valorizar uma iniciativa que começou com o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, e que deve continuar.
A candidata disse que o fato de o prefeito Fernando Pimentel (PT) e o governador Aécio Neves (PSDB) terem vindo juntos com Lula de Brasília, «em hipótese alguma», trouxe prejuízos para sua campanha. «Imagem por imagem, eu estive com o presidente Lula na última reunião do Conselho Político. Nós não tivemos imagem. Eu não preciso de imagem. Eu preciso é demonstrar para a sociedade que a minha convivência com ele é de muito tempo. Eu e o meu partido somos integrantes desta aliança desde 1989. Eu não preciso de imagens de agora. A história e o tempo já demonstram a relação que a gente sempre teve com o presidente», afirmou.
Jô afirmou que toda pesquisa deve ser vista com respeito, mas compreendida como um retrato do momento. Ela ressalva que os percentuais dos institutos de pesquisa foram variados de 30%, 40% e 57% para o seu principal adversário em função de «métodos diferenciados». Neste intervalo, a candidata foi interrompida várias vezes por pessoas, que circulavam pela Praça 7, declarando seu apoia a ela, e saiu-se com essa: «Olha os 40%!». E aproveitou para acrescentar que a eleição não está decidida: «Isto não existe. É preciso compreender que a fotografia do momento corresponde a uma absurda exposição de mídia que apresentou mais os padrinhos do que o candidato. É natural, e a gente esperava um crescimento. O percentual é que continuo chamando de um fenômeno meteórico eleitoral nunca antes visto na história deste país, como diria o presidente Lula». E concluiu: «Eu continuo pedindo aos meus amigos, cientistas políticos para estudar». Jô deixou a Praça 7 e fez corpo-a-corpo pela avenida Afonso Pena até a esquina com a Rua da Bahia, onde fica seu comitê pedindo votos, sendo sempre abordada pelas pessoas durante o trajeto.
Lacerda descarta enxugamento em BH
Apoiado pelo governador Aécio Neves (PSDB), o candidato à PBH, Marcio Lacerda (PSB), descartou, ontem, a hipótese de, se eleito, promover um choque de gestão, com enxugamento de secretarias e cargos, além de redução de salários, uma das principais bandeiras do Governo mineiro. Apesar de destacar que a administração municipal está bem administrada, o candidato não descartou a hipótese de criar cargos e secretarias depois de um levantamento sobre a necessidade de se tomar esta medida. Lacerda falou sobre o assunto ao ser questionado sobre qual medida tomaria, a exemplo de Aécio, que enxugou a máquina, ou como fez Pimentel, que criou cargos.
A declaração do candidato do PSB, contra cortes na PBH, foi dada na manhã de ontem, Barreiro (Oeste). Lacerda e seu vice, o deputado estadual petista Roberto Carvalho, se encontraram com padres e seminaristas da Forania São Paulo da Cruz, na Casa dos Agostinianos.
No entanto, na noite de ontem, em debate no CREA-MG, ele descartou que haja alguma proposta de choque de gestão. ½Não tem nenhuma conversa de choque de gestão. É preciso aprimorar a gestão”, disse. ½Pode ser que esteja sobrando (pessoal) de um lado e faltando de outro, e a gente tem que chegar e analisar”, completou.
Entre as promessas feitas pelo candidato, depois de ouvir uma exposição sobre os movimentos sociais locais, estava a de se comprometer, casos seja eleito, em atuar em parceria com a comunidade da região. ½Procuro sempre buscar o caminho do entendimento para o benefício de todas as classes sociais. Por isso, peço que me passem as demandas da região”