sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Professores paralisão aula da unimontes

Silvana Miranda
Repórter


MONTES CLAROS - Os professores da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) entraram em greve por tempo indeterminado, sob alegação de que o Estado está adiando a decisão sobre a reivindicação da categoria para recuperação das perdas salariais. A presidente da Associação dos Docentes (Adunimontes), Marise Fagundes Silveira, afirma que a paralisação foi definida em assembléia realizada na tarde da última terça-feira, já que as negociações começaram em maio de 2007, mas ainda não houve uma definição.O reitor da instituição, Paulo César Almeida, lamenta a posição dos docentes, afirmando que as conversações estavam em andamento, com sua intermediação. Ontem, os professores do curso de Medicina aderiram ao movimento. Hoje, haverá assembléia, às 9 horas, para discutir o movimento e, em seguida, passeata pelas ruas da cidade. A Unimontes é o maior estabelecimento de ensino superior do Norte de Minas.Marise Silveira diz que, na última segunda-feira, participou de uma reunião com técnicos da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), em Belo Horizonte, quando apresentou a contraproposta da categoria, que seria, então, encaminhada para análise da Câmara de Gestão e Finanças de Minas Gerais. No entanto, os professores consideraram que essa medida era uma forma de protelar a decisão, já que comissão se reúne somente no final de cada mês.Segundo ela, em maio de 2007, quando começaram as negociações, a principal reivindicação era de reposição salarial de 90%, sob alegação de que a categoria estava há 12 meses sem reajuste. Marise Silveira alega que o último aumento, de 30%, em média, ocorreu em 2005 e, depois, em 2007, foi concedido mais 5% na época da implantação do plano de carreira. Agora, a Seplag ofereceu uma gratificação de 25% a 26%, a partir deste mês, e de 40% a 44%, dentro de um ano. Os professores rejeitaram a proposta, argumentando que a gratificação não seria incorporada ao salário, enquanto reivindicam sua recomposição.Entre os dias 1º e 5 deste mês, foi realizada uma paralisação e, com a volta das aulas, o Estado retomou as renegociações, marcando a reunião para a última segunda-feira, quando a Adunimontes apresentou a contraproposta dos professores: reajuste salarial de 40%, em média, e manutenção da gratificação. Além disso, foi proposto que a gratificação por dedicação exclusiva seja de 60% - o Estado ofereceu 25% (aos mestres) e 35% (aos doutores). A equipe técnica do Estado ficou de avaliar o impacto da proposta na folha de pagamento e nas finanças estaduais, para então encaminhá-la à Câmara de Gestão e Finanças.Em nota, o reitor da Unimontes, Paulo César Almeida, afirma que a Seplag, na reunião de segunda-feira, «ratificou que a proposta de gratificação anteriormente apresentada contemplará a maioria do corpo docente e seria examinada a alternativa de ser estendida também aos professores designados. Em virtude da próxima reunião da Câmara de Coordenação Geral, Planejamento, Gestão e Finanças estar marcada para o dia 30 e, devido ao curto tempo para apresentação de estudos definitivos, foram priorizados os três itens e, surpreendentemente, um dia após, foi deflagrada greve por tempo indeterminado».O reitor afirma ainda, no comunicado, que «é imperioso esclarecer que a decisão adotada, além dos danos irreparáveis para a própria comunidade acadêmica e sociedade regional, provoca a interrupção das negociações que estavam em curso e, em conseqüência, a greve impossibilita a continuidade dos estudos por parte da Seplag e inviabiliza o encaminhamento para apreciação da Câmara de Coordenação Geral, Planejamento, Gestão e Finanças em sua próxima reunião».