quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Argentina humillha seleção brasileira e bronze é premio de consolação

A seleção da argentina aplicou uma goleada histórica sobre o Brasil por 3-0, em um superclássico olímpico, com dois gols de Sergio ’Kun’ Agüero e outro de Juan Riquelme, de pênalti, e defenderá o título conquistado em Atenas-2004, contra a Nigéria, que tirou o ouro dos alvicelestes nos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996, ao derrotá-los por 3-2. A noite gloriosa argentina teve como protagonista um recuperado Agüero, que marcou aos 53 e 58 minutos, e que Juan Román Riquelme ampliou, convertendo um pênalti aos 75, para se vingar das finais de Copa América do Peru-2004 e Venezuela-2008.Os brasileiros, que ansiavam por ganhar pela primeira vez a medalha de ouro do futebol dos Jogos Olímpicos, sofreram com as expulsões de Lucas e Thiago Neves. A Nigéria goleou a Bélgica por 4-1 na outra semifinal. A final será disputada no sábado no mesmo estádio dos Trabalhadores.As duas equipes tinham o mesmo planejamento estratégico, procurando manter a posse da bola sem ceder um centímetro de terreno. O mútuo respeito e o peso histórico do confronto fizeram com que faltasse criatividade, genialidade para desequilibrar o jogo, salvo quando a pelota caía nos pés de Lionel Messi. O atacante do Barcelona impunha uma velocidade impressionante, diferente dos demais jogadores, levando Marcelo e Breno à loucura, mas sem pontaria.A Argentina progredia em campo com o trabalho incansável de Fernando Gago, a segunda melhor figura de sua equipe na primeira fase, enquanto o Brasil insistia em jogar pelo lado esquerdo, sem sucesso.Os brasileiros procuravam o ataque com Marcelo, que tentava jogadas com um Ronaldinho inspirado em alguns poucos momentos, como no preciso passe de 25 metros para Rafael Sobis, que o atacante desperdiçou. Por que Ronaldinho jogava parado na esquerda, sem avançar à meta adversário, limitado-se a passes de longa distância? Um mistério que só pode ser explicado por seu estado físico ainda não recuperado, mas a tática deixava o poder de fogo para os avanços ineficazes de Diego.Outra alternativa eram as escapadas de Rafinha, adiantado no campo para superar as debilidades da lateral esquerda, contido por Luciano Monzón e Ezequiel Garay. Mas a tônica da partida era a lentidão e a falta de profundidade. O Brasil jogava como uma equipe marcada a fogo pelo estilo prudente e conservador de Dunga.O defensor Nicolas Pareja se arriscava na frente, mas sem assustar muito a dupla de zagueiros Alex Silva-Breno, o jogo se esticava sem vigor, apesar da gritaria dos torcedores quando algum jogador tentava quebrara a monotonia. Os «uuuh!« ou os «aah!«, ou os refrões alternados de «Brasil« ou «Argentina« pronunciados claramente pelo público chinês, tentavam incendiar as ações.O gol de Agüero nasceu de uma excelente jogada de Gago e de um chute cruzado de Angel Di Maria aproveitado pelo melhor jogador da Argentina. Foi o despertador que fez o Brasil sair de sua letargia. Em menos de cinco minutos, o Brasil criou três boas oportunidades de gols, inclusive com um chute na trave de Sobis. Mas os argentinos aproveitaram os espaços deixados pelo Brasil, e em um cruzamento de Ezequiel Garay Agüero voltou a marcar, 2-0.Dunga levou o Brasil para o tudo-ou-nada, colocando Alexandre Pato, Thiago Neves e Jô, com a intenção de queimar seus últimos cartuchos, mas o pênalti convertido por Riquelme pôs fim ao sonho brasileiro