quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Vacinaçao contra rubéola tem baixa adesão

Autoridades sanitárias não estão satisfeitas com o resultado da primeira semana de vacinação contra a rubéola. A campanha, considerada a maior do mundo, conseguiu imunizar até agora 28% dos homens. Uma adesão abaixo da esperada (30%) justamente entre o público prioritário. O aumento do número de casos de rubéola registrado a partir de 2006 é atribuído sobretudo à infecção entre homens. «Até agora, tivemos um resultado razoável», admitiu ontem o ministro José Gomes Temporão.No grupo feminino, a adesão foi melhor: 37,5% da meta estabelecida para a campanha. Entre as razões para a diferença de desempenho está a resistência do público masculino em procurar assistência médica. Ao todo, foram vacinadas 23,2 milhões de pessoas. A campanha, que começou dia 9 de agosto, deve se estender até dia 12 de setembro. A meta é vacinar 70 milhões de pessoas entre 20 e 39 anos. Nos estados de Mato Grosso, do Maranhão, do Rio Grande do Norte, do Rio e de Minas a faixa etária é outra: adolescentes entre 12 e 19 anos.A maior preocupação é evitar o aumento de casos de síndrome de rubéola congênita, uma doença que afeta recém-nascidos contaminados ainda no período de gestação. Crianças com a síndrome podem apresentar surdez, cegueira, retardo mental e problemas cardíacos. «Teoricamente, quanto maior o número de casos de rubéola entre a população, maior o risco da síndrome de rubéola congênita», afirmou Fabiano Pimenta, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério.A rubéola voltou a crescer no país em 2006. Naquele ano, foram confirmados 1.631 casos da doença. Em 2007, o número de casos cresceu de forma considerável: 8.684 - 70% dos pacientes eram homens. Até julho de 2008, foram registradas 870 infecções. O número de casos de síndrome de rubéola congênita seguiu mesma tendência: foram quatro casos em 2006, 17 em 2007 e até agora três casos este ano. Para especialistas, esse aumento ocorreu porque encontrou um grande número de pessoas suscetíveis: homens jovens que não haviam sido vacinados contra a rubéola quando eram pequenos.Com esses números, o país ficava cada vez mais distante da meta de erradicar a rubéola das Américas. A campanha, preparada desde o ano passado, pretende reduzir de forma significativa o vírus circulante. Por isso, todos devem ser vacinados - mesmo as mulheres que já foram imunizadas e aquelas que já tiveram a doença. Só não podem ser vacinadas mulheres grávidas ou pessoas que apresentaram fortes reações depois da vacina contra rubéola.Para garantir que a meta de imunização seja cumprida, o ministro fez um apelo para que municípios intensifiquem a informação. Na região Norte, Amazonas, Amapá, Pará e Roraima não atingiram a meta de 30% de imunização. Na região Nordeste, Bahia também não conseguiu atingir o índice de cobertura geral: 25,36% do público alvo. Na região Sudeste, o pior desempenho foi o do Rio de Janeiro, com 29,58% de pessoas imunizadas. Índice semelhante ao do Rio Grande do Sul, onde 29,5% da população foi imunizada. Na Região Centro-Oeste, Goiás apresentou o resultado abaixo do esperado: 26,34%.PÓLIO - Hoje (19), o ministro também divulgou os números da primeira etapa da campanha de vacinação contra a pólio, ocorrida em julho: 15,4 milhões de crianças de zero a cinco anos foram vacinadas. Com isso, a cobertura vacinal alcançou 97,32% - o maior índice registrado desde 2003. «Resgatamos o Zé Gotinha que havia sido prematuramente aposentado», afirmou Temporão, ao explicar a recuperação dos números. De 2004 até 2007, a adesão para vacinação da pólio havia caído consideravelmente: em 2007, 93,29% das crianças haviam sido vacinadas.