quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Cirugia de troca de sexo podera ser feita pelo SUS
Portaria publicada ontem no Diário Oficial dá o primeiro passo para que cirurgias de mudança de sexo sejam realizadas na rede pública do Sistema Único de Saúde (SUS). A medida, anunciada há dois meses pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, estabelece as diretrizes para que o serviço seja oferecido: instituições interessadas terão de fazer o credenciamento e equipes precisam ser treinadas. No entanto, ainda vai levar um tempo para que a cirurgia possa ser realizada.½Há todo um processo ainda a ser percorrido”, avisou Temporão. E não há prazo para que tudo isso seja feito. Entre as questões que precisam ser acertadas estão a forma de financiamento do serviço, quais as exigências que serão fixadas para os centros responsáveis por esse tipo de atendimento. A idéia inicial é que a cirurgia seja feita em instituições de pesquisa, respeitando as indicações já estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina.A política prevê que os centros ofereçam mais do que a simples cirurgia. A proposta é criar uma rede de atenção, onde pacientes recebam também tratamento no caso de problemas decorrentes ou correlatos à cirurgia, além de assistência psicológica - que pode ser concedida tanto antes quanto depois da operação. ½Toda uma estratégia terá de ser criada”, disse Temporão.A portaria determina ainda que equipes destacadas para fazer esse tipo de atendimento terão de ser treinadas para garantir uma assistência livre de discriminação. Temporão afirmou que toda a política terá de ser acertada com representantes de estados e municípios.As cirurgias para mudança de sexo foram liberadas em 1997. Clínicas e hospitais particulares já fazem o procedimento, mas o custo é alto: mais de R$ 20 mil. Não são todos os pacientes que recebem o aval para fazer a cirurgia. Antes do procedimento, a pessoa interessada precisa fazer uma avaliação clínica e psicológica, por uma equipe multidisciplinar.Estatísticas mostram que um caso de transexualismo é detectado a cada grupo de 10 mil homens. Entre mulheres, os casos são mais raros: um para cada grupo de 30 mil mulheres.