quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Médicos e Funcionarios do INSS são presos por fralde em MG

Sete pessoas foram presas, ontem, em cidades do Sul de Minas, acusadas de envolvimento em fraudes contra o Instituto Nacional do Seguridade Social (INSS) na região. Entre os presos estão médicos e outros funcionários do órgão, advogados e clientes. Eles foram detidas após cumprimento de 20 mandados de prisão pela Polícia Federal, durante a operação batizada de Quimera, deflagrada no Sul de Minas e em algumas cidades do estado de São Paulo, simultaneamente. Durante todo o dia, a movimentação de policiais, advogados e familiares de presos foi grande na sede da Polícia Federal em Varginha, onde delegados e um gerente regional do INSS davam informações à imprensa. A agência do órgão de Alfenas ficou fechada para que os agentes federais apreendessem documentos e computadores dentro do prédio. O grupo é acusado de desviar mais de R$ 20 milhões do INSS, fraudando benefícios.De acordo com o gerente do INSS em Belo Horizonte, Manoel Ricardo Palmeira Lessa, o órgão vem recebendo denúncias anônimas sobre a fraude de documentos, com o intuito de beneficiar algumas pessoas, há bastante tempo. ‘Recebíamos denúncias anônimas e passamos a investigar. As pessoas que estão sendo presas hoje estão envolvidas neste esquema fraudulento há bastante tempo‘, garantiu. O delegado da Polícia Federal Jerry Antunes Oliveira explicou que a fraude acontecia quando uma pessoa procurava pelos serviços de atendimento nas agências do INSS de Alfenas, Monte Belo, Conceição da Aparecida e Serrania.De acordo com o delegado, a pessoa que precisava passar pela perícia, para ter o seu benefício aprovado, era convencida a participar do esquema. Ela tinha o exame médico aprovado e começava a receber o benefício, mas em troca tinha que colaborar durante alguns meses, repassando o dinheiro que recebia, ou parte dele, para os agenciadores.De acordo com João Carlos Girotto, outro delegado da Polícia Federal, clientes interessados em algum benefício também procuravam por um integrante da quadrilha de fraudadores, que agendava perícias com os médicos envolvidos. Os médicos concediam benefícios como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. ‘Temos informação de pessoas que saíam de São Paulo e vinham para Minas para conseguir o benefício irregularmente‘, disse. As investigações, segundo ele, teriam começado em novembro de 2007. A suspeita é que o valor desviado pelos fraudadores ultrapasse os R$ 6 milhões, somente no Sul de Minas, e R$ 20 milhões no total. Ao todo, 180 policiais participarem da operação.Até a tarde de ontem havia a confirmação da prisão dos médicos Edward Quirino, Boaventura Passos Vinhas (que também é secretário de Esportes de Alfenas) e José Antônio Godinho, além da funcionária do INSS de Alfenas, Maria do Carmo Andrade Carvalho, que está afastada do cargo por ser candidata à vereadora em Alfenas. Outras três pessoas, identificadas somente pelos nomes de Zenaide, Arlete e doutor Marcelo, também teriam sido detidas. À tarde, elas estavam sendo encaminhadas para a sede da Polícia Federal em Varginha, onde prestavam depoimentos. Foi confirmada também a prisão da advogada Neide Cabral, acusada de envolvimento no esquema.Pacotes com documentos, computadores e pastas, material apreendido nas cidades do Sul de Minas, também estavam sendo levados para a delegacia de Polícia Federal de Varginha. Um computador da regional do INSS, que funciona na cidade, também foi apreendido para investigação.O nome da operação deve-se a mitologia grega. Quimera era um fabuloso monstro com cabeça de leão, dorso de cabra e cauda de dragão, que soltava fogo pela boca. Na língua portuguesa, a palavra quimera significa produto da imaginação.